ONU: Bolsonaro diz que ONGs comandam crimes ambientais no Brasil e no exterior

Presidente não apresentou provas e nem citou nomes de ONGs

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FOTO: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (30), em discurso apresentado na cúpula sobre biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que organizações, em parceria com “algumas ONGs", comandam "crimes ambientais" no Brasil e também no exterior. Porém, ele não apresentou provas e nem citou nomes de ONGs que estariam por trás de crimes ambientais.

Essa não é a primeira vez que o presidente acusa ONGs de estarem por trás de crimes ambientais. Em agosto do ano passado, ele declarou que as organizações poderiam estar por trás de queimadas na região amazônica. Na época, ele disse que não havia registros escritos sobre as suspeitas.

Bolsonaro foi um dos chefes de Estado que enviaram discurso gravado à ONU para a cúpula que ocorreu dentro dos eventos da assembleia-geral. Este ano, devido a pandemia causada pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, os eventos foram realizados de forma virtual. Na semana passada, o presidente disse, também em discurso na Assembleia das Nações Unidas (ONU), que que o Brasil é "vítima" de uma campanha "brutal" de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.

“Na Amazônia, lançamos a 'Operação Verde Brasil 2', que logrou reverter, até agora, a tendência de aumento da área desmatada observada nos anos anteriores. Vamos dar continuidade a essa operação para intensificar ainda mais o combate a esses problemas que favorecem as organizações que, associadas a algumas ONGs, comandam os crimes ambientais no Brasil e no exterior”, disse Bolsonaro.

Durante o discurso desta quarta (30), Bolsonaro voltou a afirmar que o Brasil é soberano na porção do seu território coberto pela floresta Amazônica e rechaçou o que considera "cobiça internacional" sobre a área. Atualmente, o governo brasileiro tem sido alvo de críticas, dentro e fora do país, devido à sua política ambiental e aos dados que apontam aumento do desmatamento na Amazônia.

Em resposta, o presidente e seus auxiliares têm afirmado que as críticas fazem parte de um movimento internacional para desestabilizar o governo e partem, também, de países que têm interesse comercial em prejudicar o agronegócio brasileiro.

Pantanal e agronegócio

Bolsonaro defendeu ainda ações na bioeconomia, para casar preservação e desenvolvimento ambiental e citou no discurso a situação no Pantala, castigado por semanas de queimadas. Segundo ele, o governo adotou medidas para combater de "maneira coordenada" os focos de incêndios.

"No Pantanal, fortalecemos a integração entre as agências governamentais, com o apoio das Forças Armadas, para atuar de maneira coordenada e, assim, combater os focos de incêndio no entorno dessa região. Isso mostra que mantemos firme nosso empenho em buscar o desenvolvimento sustentável do País, com esteio em uma agricultura baseada na biotecnologia, de comprovada eficiência, e também na preservação do nosso patrimônio ambiental", disse.


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