Parlamentares criticam projeto que visa o fim da obrigatoriedade de cadeirinha e fim do exame toxicológico
O líder do Podemos na Câmara dos Deputados, José Nelto (GO), por exemplo, avalia que o projeto pode passar uma mensagem errada aos motoristas
O Projeto de Lei (PL) 3.267/19 que muda o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) chegou nesta semana no Congresso Nacional e os parlamentares já indicam pontos de divergência. Entre eles, o fim da multa para o motorista que transporta crianças sem cadeirinha e o fim do exame toxicológico para condutores de transportes de cargas. O líder do Podemos na Câmara dos Deputados, José Nelto (GO), por exemplo, avalia que o projeto pode passar uma mensagem errada aos motoristas, de que se pode dirigir sobre efeito de álcool e drogas e não respeitar a legislação em vigor. Este é o mesmo posicionamento do senador Styvenson Valentim (Pode-RN) que usou a tribuna nesta sexta (7) para destacar seu posicionamento.
O senador registrou um levantamento recente de seguradoras que administram o DPVAT que aponta que em nove Estados brasileiros, o trânsito matou mais em 2018 do que crimes como homicídio e latrocínio. Ele apontou ainda um estudo da Organização Mundial da Saúde que mostrou que em 1,5 milhão de acidentes de trânsito em 178 países, 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas. "Não há um número detalhado no Brasil, mas se imaginarmos que 1% desses 50 milhões estivessem aqui, seriam 500 mil pessoas com sequelas, que, na maioria, estão afastadas do seu trabalho, estão afastadas de seu ambiente familiar, estão, agora, em filas de hospitais, esperando uma prótese para a perna", comentou.
A senadora Leila Barros (PSB-DF) concordou. "Obrigam os adultos a usarem cinto, e a criança, que é a mais vulnerável dentro do utilitário, dentro do carro, solta? Então, na primeira brecada, a criança vai parar do outro lado. São impressionantes as decisões que este Governo toma", colocou.
Até o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, usou as redes sociais para dar destaque a uma notícia que enfatiza que o fim da obrigatoriedade da cadeirinha não deve ser aprovado. O Projeto foi entregue ao Congresso em mãos por Jair Bolsonaro nesta terça-feira (4) e está tramitando na Câmara.
