Pesquisador afirma que subnotificação de demissões infla balanço de emprego formal
Ele afirma que em abril, ocorreu uma queda no número de movimentações de empregados
A falta de prestação de informações por parte das empresas ao governo pode estar gerando uma subnotificação de demissões no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mede o emprego com carteira assinada. As evidências foram notadas pelo economista Daniel Duque, pesquisador da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Segundo ele, houve uma queda do número de estabelecimentos relatando movimentações de empregados, a partir de abril. Para ele, empresas podem ter fechado ou “hibernado” sem informar as demissões ao governo, enquanto as empresas que mantiveram as atividades estão repassando dados de contratações.
O resultado seria um saldo de vagas com carteira assinada “inflado”. Em agosto, o saldo positivo de vagas com carteira assinada foi de cerca de 250 mil postos. O Caged é a principal pesquisa de emprego formal no país. Ele é divulgado pelo governo, mas depende de informações que são passadas pelas empresas.
Outra evidência citada por ele é o número de pedidos de seguro-desemprego, que cresceu “expressivamente” em relação aos desligamentos do Caged. Além disso, os municípios que viram estabelecimentos fecharem estão com saldo maior do que as cidades em que não houve fechamento de empresas. Isso indica que os estabelecimentos com atividades encerradas não informaram as demissões.
