Pesquisa para detectar doença de chagas é desenvolvida em Salvador

A estimativa é que em 2020 os testes estejam disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde

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FOTO: Reprodução

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, desenvolveram um teste para detectar a doença de chagas. Transmitida pelas fezes do barbeiro, a enfermidade é constatada através do exame de sangue. Em sua fase aguda, quando é identificada, o sangue fica cheio de protozoário, (causador da doença), depois migra para os órgãos, como: coração, sistema digestivo, baço e fígado, até generalizar para toda parte do corpo. 

Sua próxima fase é a crônica, onde a vítima infectada pode não apresentar os sintomas durante os dois primeiros meses da infectologia ou até mesmo durante um ano.
Pesquisa 

Com isso, os pesquisadores da Bahia desenvolveram uma pesquisa a dois anos que detecta o diagnóstico da doença em cães, já que o animal fica vulnerável, como vítima primaria, e se torna preza de fácil acesso pelo protozoário. Na primeira etapa da pesquisa, cerca de 300 cães diagnosticados com a doença passaram pelos estudos, e a meta da segunda fase é checar cerca de mil cães com a doença infectados. 

O teste para detectar a doença em humanos já foi concluído e se encontra disponível no mercado. A estimativa é que em 2020 um teste de maior precisão fique disponível para a população brasileira, sobretudo, nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com os dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), de janeiro até o dia 5 de agosto deste ano, 266 pessoas morreram infectadas com a doença no estado e em salvador, 48 pessoas morreram infectadas com a doença. 

Enfermidade

A doença de chagas age nas pessoas de forma silenciosa e passa despercebida. Apenas 30% dos indivíduos evoluem o quadro na fase crônica, que vai do segundo ao terceiro mês do diagnóstico, e 70% não apresentam o sintoma da doença, chegando a óbito sem mesmo perceber a infectologia.

Formas de transmissão

As formas de contágio da DC são as seguintes:

  • Contato com fezes e/ou urina de barbeiro;
  • Consumo de alimentos contaminados com o parasito, seja o triatomíneo ou fezes;
  • Vertical;
  • Transfusão de sangue ou transplante de órgãos;
  • Acidente laboratorial, por contato da pele ferida ou mucosa com material contaminado;
  • Transmissão sexual, pelo potencial das mucosas para a transmissão, essa via é teoricamente possível. 

Sintomas

No caso suspeito de DCA, o indivíduo pode apresentar: febre persistente (por mais de 7 dias) com uma ou mais das manifestações clínicas: edema de face ou membros, inflamação dos gânglios linfáticos (íngua), aumento do fígado, aumento do baço, dores no corpo, diarreia, vômito, cardiopatia aguda, manifestações hemorrágicas, icterícia, inchaço de um olho, nódulo avermelhado e endurecido no local da picada no inseto, ou que: tenha ingerido alimento suspeito contaminado por T. cruzi; seja recém-nascido de mãe infectada; tenha ingerido alimento suspeito de contaminação; tenha recebido sangue, hemocomponentes ou órgão contaminado por T. cruzi.

A fase crônica inicialmente é sem sintomas, podendo evoluir para as formas graves da doença. Nessa fase, a doença pode apresentar-se nas seguintes formas:

  • Forma Indeterminada – Paciente sem sintomas ou comprometimento. Pode perdurar por toda a vida ou se agravar tardiamente.
  • Forma cardíaca – Evidências de comprometimento cardíaco. Evolui para quadros de miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva.
  • Forma digestiva – Comprometimento do aparelho digestivo, que pode evoluir para megacólon ou megaesôfago.
  • Forma mista – Ocorrem simultaneamente lesões com as formas cardíacas e digestivas.

Diagnóstico

Na fase aguda os exames indicados são: parasitológico direto (padrão ouro para diagnótico da DCA); sorologia para detecção de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgM por Imunofluorescência Indireta (IFI); detecção de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgG, duas coletas com intervalo mínimo de 15 dias entre uma e outra.

Seu diagnostico é essencialmente sorológico e pode ser realizado utilizando-se dois testes: hemoaglutinação indireta (HAI), imunifluorescência indireta (IFI), Quimioluminescência e o método imunoenzimático (ELISA). A confirmação do caso ocorre quando dois testes (distintos) são reagentes, sendo o ELISA, preferencialmente, um destes.

Tratamento

Na fase aguda, o tratamento deve ser realizado em todos os casos e tem como objetivos curar a infecção, prevenir lesões orgânicas ou sua evolução e diminuir a possibilidade de transmissão. É indicado também para pacientes na fase crônica, na forma indeterminada, especialmente em crianças e adultos jovens.

Medidas de prevenção e controle

A prevenção da DC está diretamente relacionada à forma de transmissão. Para transmissão vetorial, devem-se estabelecer práticas de manejo sustentável do ambiente, higiene e medidas corretivas em locais com infestação e melhoria nas condições de moradia.

Em relação à transmissão oral, é preciso adotar boas práticas de higiene e manipulação dos alimentos, além de intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção em toda cadeia de produção de alimentos susceptíveis à contaminação. 

Na transmissão vertical, em casos de gestante infectada, instituir o tratamento ao recém-nascido/criança logo após a confirmação do diagnóstico, para aumentar a chance de cura. 


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