Pesquisadores estudam eficácia da CoronaVac em crianças e adolescentes

Estudo comparará efetividade com a Pfizer. O objetivo do projeto é alcançar 1.280 voluntários, de 3 a 17 anos

[Pesquisadores estudam eficácia da CoronaVac em crianças e adolescentes]

FOTO: Reprodução

Um estudo, do chamado Projeto Curumim, que vem do tupi-guarani “menino”, está sendo realizado no Espírito Santo para avaliar a eficácia, a segurança e a resposta imune da CoronaVac em crianças e jovens de 3 a 17 anos. Com os resultados, serão feitas comparações com a vacina Pfizer, liberada para o público a partir de 5 anos. Ainda nesta quarta-feira (19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve determinar se libera a vacina para a faixa etária. 

O objetivo do projeto é alcançar 1.280 voluntários que ainda não tenham sido vacinados contra a Covid-19, independentemente de já terem contraído a doença. Desse total, os integrantes serão divididos em dois grupos.

No primeiro grupo, 960 pessoas serão sorteadas e dois terços receberão CoronaVac e um terço, Pfizer. Já o segundo, com 320, reunirá pessoas que escolherem a vacina produzida pelo Instituto Butantan. Serão aplicadas duas doses das vacinas, com um mês de intervalo.

"O que motivou o estudo foi o fato de a CoronaVac ter uma plataforma de vírus inativado, que é, talvez, a mais conhecida para a vacinação em crianças. Em geral, elas, nessa faixa etária que estamos testando, têm uma melhor resposta às vacinas do que os adultos, adultos jovens e idosos. Então, talvez, esse estímulo da vacina inativa seja suficiente para induzir anticorpos, células de defesa e proteção e com menos efeitos colaterais. Esta é a nossa hipótese: que seja tão boa quanto a Pfizer, mas com menos efeitos colaterais", explica a coordenadora do projeto, Valéria Valim.

Na última sexta-feira (14), nove crianças pré-cadastradas receberam a primeira dose. Outros 90 voluntários devem participar nesta semana. A partir da próxima, o número sobe para 250.

Além de serem vacinados, as crianças e os jovens serão acompanhados durante um ano por infectologistas, pediatras, cientistas e enfermeiros a fim de avaliar a imunidade a partir de coletas de sangue periódicas. No geral, serão cinco: antes da primeira dose, 28 dias após e, depois, com intervalos de três, seis e doze meses. Também haverá avaliação clínica e monitoramento de eventuais efeitos adversos.


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