Política
O autor, o senador Marcos Rogério (Dem), afirma que o projeto corrige um equívoco do Estatuto do Desarmamento
FOTO: Roque de Sá/Agência Senado
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (26) o projeto que define toda a extensão do imóvel rural como residência ou domicílio, que de acordo com o texto, permite ao proprietário ou gerente de uma fazenda andar armado em toda a área da propriedade e não apenas na sede. A matéria foi aprovada mais cedo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e enviada ao Plenário em regime de urgência. Agora, o texto será enviado para a análise da Câmara dos Deputados.
O autor, o senador Marcos Rogério (Dem-RO), afirma que o projeto corrige um "equívoco" do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2016), que autoriza a posse de arma de fogo no interior das residências e no local de trabalho, mas não particulariza a situação dos imóveis rurais. Marcos Rogério ressalta que “não tem sentido deferir a posse ao morador da zona rural, mas não permitir que ele exerça seu legítimo direito de defesa fora da sede da fazenda”.
Necessidade
Para o relator na CCJ, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a proposição é conveniente e necessária, já que o morador rural, por viver em áreas remotas, não tem a mesma proteção ofertada pelo Estado aos que moram nos centros urbanos. Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu o projeto, lembrando que a mudança pode ajudar na segurança de populações amazônicas, que vivem distantes das cidades. Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Kátia Abreu (PDT-TO) e Major Olimpio (PSL-SP) também manifestaram apoio à proposta.
No entendimento do senador Marcelo Castro (MDB-PI), a arma é necessária nas zonas rurais, para proteção dos moradores. "Não estamos tratando de porte de arma na zona urbana, que é uma coisa completamente diferente", afirmou.
O senador Humberto Costa (PT-PE) criticou a forma como o processo foi encaminhado, já que a proposta foi apresentada na terça-feira (25) e levada ao Plenário na quarta (26), por um acordo entre as lideranças. Ele disse que o projeto pedia mais tempo para ser discutido e sinalizou que até poderia apoiar a ideia, depois de mais debate. Humberto pediu o adiamento da votação e sugeriu uma comissão para tratar de assuntos correlatos. Apesar dos apelos, a matéria foi levada à votação e aprovada.
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