Putin diz que EUA querem "prolongar" guerra na Ucrânia

"Estão alimentando o potencial de conflitos na Ásia, na África e na América Latina”, disse o presidente russo

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FOTO: Klimkin/Pixabay

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, nesta terça-feira (16), que Washington quer “prolongar” a guerra na Ucrânia – iniciada por Moscou em 24 de fevereiro.  A declaração fez parte do seu discurso na 10ª Conferência de Moscou sobre Segurança Internacional. 

“A situação na Ucrânia demonstra que os Estados Unidos estão buscando prolongar o conflito. Além disso, estão agindo de forma similar e alimentando o potencial de conflitos na Ásia, na África e na América Latina”, disse o mandatário.   

Putin disse ainda que o Ocidente usa o povo ucraniano como “carne de canhão” e que essas nações “têm necessidade de conflitos para manterem a sua hegemonia” no mundo. Segundo o presidente, eles têm um “projeto anti-Rússia. Fecharam os olhos para o uso da ideologia neonazista e sobre a morte em massa de civis no Donbass e forneceram armas, também pesadas, ao regime de Kiev”.   

As acusações são as mesmas feitas por Putin para justificar a invasão da Ucrânia em fevereiro e, desde então, Moscou vem sendo alvo de pesadas sanções ocidentais, que causam danos à economia do país – apesar das negativas do Kremlin.   

A Rússia queria derrubar o governo de Volodymyr Zelensky com uma campanha militar rápida, mas os planos fracassaram e o país começou a concentrar suas operações nas áreas ao sul e na área do Donbass, que conta com as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.   

Ainda criticando os Estados Unidos, o presidente russo afirmou que a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan no início de agosto foi uma tentativa de “desestabilizar” a região indo-pacífica.   

“Como vocês sabem, recentemente, os Estados Unidos tentaram mais uma vez, deliberadamente, jogar gasolina no fogo e estremecer a situação na região Ásia-Pacífico. A aventura norte-americana em Taiwan não foi só uma viagem de um único político irresponsável, mas faz parte de uma estratégia deliberada e consciente dos EUA para desestabilizar e deteriorar a situação na região. Uma falta de respeito”, acusou ainda.   

No evento, o Ministério da Defesa informou que fechou um contrato para a entrega de mísseis balísticos intercontinentais Sarmat.  O mandatário russo já havia informado, em junho, que esperava que os Sarmat estariam disponíveis “até o fim do ano” e que eles dariam “garantias de segurança” à Rússia contra “as atuais ameaças”, fazendo “refletir quem está nos ameaçando”.   

Os mísseis do tipo tiveram o primeiro teste oficial realizado em abril deste ano e os equipamentos têm a capacidade de transportar até 15 ogivas para ataque. 
 


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