Relatora da ONU afirma visualizar “motivos razoáveis” para confirmar genocídio em Gaza

Francesca Albanese apresentou relatório que aponta violações graves e trauma coletivo após quase seis meses de ataques

[Relatora da ONU afirma visualizar “motivos razoáveis” para confirmar genocídio em Gaza]

FOTO: UNRWA

Há “motivos razoáveis” para acreditar que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. A afirmação é da relatora especial da ONU sobre a Situação dos Direitos Humanos no Território Palestino Ocupado, 

Francesca Albanese, relatora especial da ONU sobre a Situação dos Direitos Humanos no Território Palestino Ocupado, declarou que há “motivos razoáveis” para acreditar que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza

A relatora apresentou seu relatório no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, na última terça-feira (25), intitulado "Anatomia de um Genocídio", durante um diálogo interativo com os Estados-membros.

"Após quase seis meses de ataques israelenses implacáveis à Gaza ocupada, é meu dever solene relatar o pior que a humanidade é capaz de fazer e apresentar minhas conclusões", disse a relatora.

"Há motivos razoáveis para acreditar que o limite que indica o cometimento do crime de genocídio foi atingido", completou.

Citando a lei internacional, Albanese explicou que o genocídio é definido como um conjunto específico de atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. 

Segundo ela, Israel cometeu três atos de genocídio com a intenção necessária, causando sérios danos corporais ou mentais a membros do grupo, infligindo deliberadamente ao grupo condições de vida calculadas para provocar sua destruição física total ou parcial, e impondo medidas destinadas a impedir nascimentos.

Além disso, Francesca Albanese adicionou que "o genocídio em Gaza é o estágio mais extremo de um processo de colonização de longa data de eliminação dos palestinos nativos”.

O texto aponta ainda que 70% das áreas residenciais foram destruídas e 80% de toda a população foi deslocada à força. "O trauma coletivo incalculável será vivenciado pelas próximas gerações", afirmou a relatora. 

Uma das principais conclusões do relatório de Albanese é que a liderança executiva e militar de Israel e os soldados distorceram intencionalmente as regras fundamentais do direito humanitário internacional - distinção, proporcionalidade e precaução - em uma tentativa de legitimar a violência genocida contra o povo palestino. 


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