STF forma maioria contra dossiê 'antifascista' do governo

6 dos 11 ministros votam por suspender produção de relatórios

[STF forma maioria contra dossiê  'antifascista' do governo ]

FOTO: Reprodução/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quinta-feira (20), maioria para determinar a suspensão imediata da produção de dossiê com informações sobre servidores e professores chamados “antifascistas” por setores de inteligência do Ministério da Justiça.  Até o momento, já votaram pela suspensão da prática a ministra Cármen Lúcia, que é relatora da ação do partido Rede Sustentabilidade que questiona a produção do documento, os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Após o voto de Fux, a sessão entrou em intervalo e deve ser retomada às 18h.

Segundo o partido Rede Sustentabilidade, no documento há quebra de direitos previstos na Constituição, como liberdade de manifestação e inviolabilidade da vida privada. De acordo com o  ministro da Justiça, André Mendonça, a pasta não cria dossiês contra opositores ou que tenha o objetivo de persegui-los. Segundo ele, são relatórios de inteligência sigilosos.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, também se manifestou afirmando que o Ministério Público não admite a espionagem de opositores do governo. Afirmou, porém, que não é o caso do documento que é motivo do julgamento, que se trata de um "compilado" feito a partir de fontes públicas, como as redes sociais.

Votos

"No direito constitucional, o uso ou abuso da máquina estatal para colheita de informações de servidores com postura política contrária a qualquer governo constitui sim desvio de finalidade, pelo menos, em tese", afirmou a ministra Cármen Lúcia, que votou na sessão da quarta-feira (19). 

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi o primeiro a votar nesta quinta (20). Segundo ele,  a decisão de barrar a investigação não limita os serviços de inteligência do governo, mas sim garante sua atuação dentro dos limites legais. "Não é possível que qualquer sistema de inteligência possa atuar fora dos limites da legalidade imposta e começar a produzir e compartilhar informações da vida pessoal, escolhas pessoais e políticas", afirmou. 

O ministro Edson Fachin afirmou ver "aparente desvio de finalidade das funções de inteligência". Já o magistrado Luís Roberto Barroso também endossou o voto de Cármen Lúcia afirmando que embora a atividade de inteligência seja indispensável, poucas áreas oferecem maior risco de abuso do que essa área. 


Comentários

Relacionadas

Veja Também

[Saiba o motivo de Madonna usar joelheira durante o show no Rio de Janeiro!]

A rainha do pop cancelou show de sua turnê 'Madame X', em 2019, devido ao problema que tem em seu joelho

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!