Saúde
Equipamento de baixo custo funcionaria em diferentes ambientes
FOTO: Reprodução/Banco de Imagens
Cientistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão trabalhando na produção de um equipamento capaz de medir em tempo real a carga do novo coronavírus presente no ar. Segundo as informações, o projeto visa criar um dispositivo de baixo custo que funcione em diferentes ambientes.
A equipe de pesquisadoras conta com dez cientistas, incluindo professores e alunos de pós-doutorado, mestrado e graduação.
O coordenador do grupo, Heitor Evangelista, explica que o monitoramento de microorganismos e partículas presentes no ar já é realizado e fala sobre a ideia de construir um dispositivo voltado ao coronavírus.
"Ninguém começou a fazer isso agora. Mas a maioria dos equipamentos disponíveis no mercado não é apropriada para vírus. São mais apropriados, por exemplo, para bactérias, fungos e pólen. No caso do novo coronavírus, estamos falando de um vírus de RNA, muito suscetível às condições ambientais. Para coletar ambientalmente, e levá-lo em boas condições de análise até o laboratório, é preciso um equipamento que possa eliminar as interferências ambientais. Ele deve ser armazenado em baixa temperatura, na ausência de luz. São várias condições, essenciais para manter o vírus viável e assim evitar falsos negativos", afirma.
Até um momento, em um ano e meio, foram desenvolvidos dois dispositivos chamados de "CoronaTrack" e "CoronaTrap", no entanto, nenhum detecta a carga viral em tempo real. Segundo Heitor, quando são capturadas, as amostras de aerossóis presentes são encaminhadas para um laboratório que entrega o resultado em 24 horas.
"Temos observado, na prática, aquilo de que teoricamente se fala há muito tempo. Os ambientes internos oferecem maior risco que os ambientes externos", afirma.
O dispositivo CoronaTrack já passou por testes em diversos lugares, como praias, feiras públicas, restaurantes e na estação Central do Brasil. Já o CoronaTrap, mais recente, deve ser utilizado durante as próximas semanas nas escolas públicas que retomaram as aulas presenciais.
O equipamento mais recente tem mais vantagem, considerando que consegue abranger um espaço maior sem precisar ser transportado. Segundo os pesquisadores, quando o vírus é capturado, ele fica armazenado em uma câmara escura climatizada, que o mantém sem contato direto com a luz e evita sua deterioração em função da temperatura, da radiação solar ou da umidade do ar.
O projeto é conduzido pelo Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg) da Uerj, sendo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), vinculada ao governo fluminense, que atua no fomento à ciência, à tecnologia e à inovação. Também já contou com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
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