Universidades nos EUA retomam ensino remoto após disseminação da variante Ômicron
Especialista acredita que aula onl-ine ainda é a melhor alternativa para a educação
O aumento de casos do novo coronavírus provocado pela rápida disseminação da variante Ômicron levou a mais uma onda de fechamento de escolas e universidades nos Estados Unidos. Visando diminuir a circulação de pessoas e as chances de contágio, algumas instituições optaram pelo retorno do ensino remoto no primeiro trimestre de 2022. Na tradicional universidade de Harvard, por exemplo, as primeiras semanas de aulas deste acontecem no formato online.
Além de Harvard, as universidades de Washington, Chicago, Michigan e outras 70 instituições de ensino superior em 26 estados americanos também resolveram retroceder ao plano de retomada das aulas presenciais. Embora muitos estudantes tenham se frustrado com a notícia, o semestre remotamente está se tornando rotina porque muitas instituições já haviam adotado o modelo online anteriormente também por conta da pandemia.
Segundo o brasileiro e diretor de educação da universidade americana Ambra University, Alfredo Freitas, o ensino remoto ainda é uma saída para a educação neste ano. “É preciso aceitar que o ensino remoto seguirá salvando o ano letivo em 2022. Isso aconteceu em 2020, 2021 e agora, devido a este cenário pandêmico”, disse Freitas.
Para ele, ainda não é o momento de planejar o retorno presencial nos mesmos moldes da pré-pandemia. Alfredo Freitas estima, ainda, que o sistema educacional volte a funcionar online em algumas instituições no Brasil. Em alguns casos, o ensino online pode ser mantido. “É necessário compreender que o ensino híbrido é uma realidade irreversível e parar de considerar investimentos no ensino online como provisórios”, afirma o especialista.
No Brasil, em relação às escolas, secretários e gestores de educação rejeitam a possibilidade de um novo fechamento das escolas e afirmam que o calendário letivo está mantido.
Harvard e Chicago
Na universidade de Harvard, as primeiras três semanas de 2022 serão online. O retorno ao campus está previsto para o final de janeiro “se as condições de saúde pública permitirem”, segundo a universidade. Já na universidade de Chicago o retorno ao campus está previsto para 24 de janeiro.
Intercâmbio Virtual
De acordo com Alfredo Freitas, a não retomada do ensino presencial em 2022 pode impactar ainda mais o setor de intercâmbio estudantil e, consequentemente, ampliará a busca por formação no exterior de forma remota. O especialista acredita que as restrições impostas pela pandemia irão impulsionar os programas de formação continuada de forma remota.
“Um outro fator são os custos, bem menores, que os brasileiros interessados em obter formação e diploma no exterior terão com a não possibilidade da vivência presencial. As universidades estão se adaptando à oferta de cursos remotos e essa tendência deverá seguir nos próximos anos. Somente em 2021, detectamos um aumento de 45% na procura de cursos de mestrado na Ambra por brasileiros que não querem deixar de obter o diploma americano mesmo durante a pandemia”, afirma Freitas.
