O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, conhecido pelo seu trabalho no The Intercept, afirmou que a censura que ocorre no Brasil é "bem mais extrema do que em qualquer outro país". A declaração foi dada durante a reunião da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16).

“Não se pode comparar o que está acontecendo aqui no Brasil com qualquer país no mundo democrático. O que está acontecendo aqui é bem mais extremo do que em qualquer outro país, mesmo países com grandes tradições de censura, como Alemanha, Reino Unido e outros da Europa”, afirmou o jornalista por videoconferência à comissão.

Ele aproveitou também para criticar o trabalho desempenhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o jornalista, a Corte agiu "sem base legal" ao determinar a exclusão de postagens e banimentos de perfis no X (antigo Twitter). Segundo ele, as pessoas não receberam aviso prévio do banimento  nem explicações dos motivos. Greenwald acrescentou que essas ordens de banimento foram sigilosas e sem o devido processo legal. 

“O devido processo não existe, o STF inventou medidas, uma vez que não há base legal para a censura”, declarou o jornalista norte-americano. 

Além de Greenwald, também esteve na reunião o jornalista Michel Shellenberger, autor do Twitter Files Brasil. Para o também norte-americano, é necessário “defender os direitos dos nazistas, racistas e fascistas de falar”. Declarou que, com isso, será possível “debater e vencer as ideias ruins deles".

No início do mês, Shellenberger publicou supostas trocas de e-mails de funcionários do X falando sobre as decisões judiciais brasileiras.

Na ocasião, o jornalista criticou Moraes e afirmou que o magistrado “lidera um caso de ampla repressão da liberdade de expressão no Brasil" e que ele é responsável por emitir decisões que "ameaçam a democracia no Brasil".

Assista a declaração: 

 

 

 

 

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