A pandemia da Covid-19 vai deixar sequelas na saúde mental de toda a população mundial. Em maior ou menor grau, especialistas da área já falam sobre uma epidemia de transtorno mentais e já é considerado uma questão de saúde pública. De 2020 até os dias atuais, foram registrados aumento em casos de ansiedade e depressão. Os problemas emocionais afetam de crianças à idosos. 

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. 23, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população. Conforme especialistas, pesam nesse cenário, fatores socioeconômicos, como pobreza e desemprego, e ambientais, como o estilo de vida em grandes cidades.

Os dados da OMS mostram que o problema é global. São 322 milhões de pessoas com depressão em todo o mundo – 4,4% da população e 18% a mais do que há dez anos. De acordo com a entidade, no Brasil, em 2015, eram 11,5 milhões com a doença e 18,6 milhões com transtorno de ansiedade.

A psicóloga clínica, Gilmara Lima, afirma que, aumentou a procura de pacientes com estes transtornos por atendimento psicológico. “Na nossa clínica, oferecemos o atendimento online e presencial e percebemos ainda um aumento na procura pela prática da TCC, que é a Terapia Cognitivo-Comportamental. Considerada uma das mais eficazes no tratamento de ansiedade e depressão”, relatou.

A.M, de 35 anos, revela que começou a sentir os primeiros sintomas de ansiedade no final do ano passado. “No início eu me senti muito estranha, tive aumento de apetite, perda de sono, muita taquicardia e sudorese. Sentia muito medo e evitei procurar ajuda médica. Como os sintomas foram piorando, resolvi procurar ajuda. O médico me disse que eu estava com crise de ansiedade e me recomendou procurar a psicoterapia”, disse.

“Eu conversei com algumas amigas que já faziam psicoterapia e elas me recomendaram uma psicóloga especialista em TCC. Hoje, quase um ano da minha primeira crise, posso dizer que estou bem melhor. Já saí da crise e continuo fazendo atendimentos uma vez por semana para manter o meu tratamento. A TCC é uma prática rápida e muito eficaz”, acrescentou.

Sobre a TCC

A Terapia Cognitivo-Comportamental é um tratamento psicoterapêutico que se propõe a ajudar o paciente identificando nele padrões de pensamentos, crenças e hábitos disfuncionais que, por sua vez, têm influência negativa em seus comportamentos e suas emoções. Após reconhecer esses padrões, o terapeuta pode auxiliar a pessoa e encontrar novas possibilidades de pensamentos para lidar de forma mais assertiva com as situações.

“A TCC utiliza diversas técnicas que vão ajudar estes pacientes a mudar estes pensamentos e crenças consideradas disfuncionais. Com um tempo, o paciente começa a fazer isso sozinho, por isso, que é uma prática mais rápida, com retornos mais seguros. Ela é indicada para todos os casos, sendo considerada padrão ouro nos tratamentos de transtornos mentais. É a terapia com maior número de ensaios clínicos que demonstram sua efetividade”, explicou Gilmara Lima.

É também utilizada no tratamento do transtorno bipolar, síndrome do pânico, disfunções sexuais, anorexia nervosa, bulimia, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), TEPT (transtorno do estresse pós-traumático), fobias, dentre outras.  

O criador da TCC, o psiquiatra Aaron Beck, morreu aos 100 anos em sua casa na Filadélfia, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (1º).

Gilmara Lima é a psicóloga responsável pela Clínica de Psicologia e Psiquiatria Amor Psi, localizada no bairro do Stiep, em Salvador. Ela é especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, Terapia do Esquema, cursando Neuropsicologia e Terapia do Esquema para casais.