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Boi da cara preta

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Boi da cara preta

Boi da cara preta

Há tempo venho matutando porque o presidente do Brasil, Lula da Silva, insiste em dizer que o agronegócio brasileiro, responsável por metade das exportações do país, é fascista. Confesso que quebrei a cabeça para decifrar o que me parecia ser um enigma. Afinal, o setor econômico abrange um terço do PIB, um terço do emprego, é composto de homens, mulheres, bois, galinhas, porcos, plantas diversas. 

Como pode ser fascista¿ Sério, mesmo! Onde já se viu um boi ou uma vaca ser fascista¿ Mesmo levando em conta a velha cantiga de ninar, o boi de cara preta é uma alegoria, uma lenda para assustar as crianças sapecas. Ainda que a cor preta simbolize o fascismo, em razão das camisas negras de Mussolini, não tem nada a ver  com racismo ou ideologias políticas, considerando, inclusive que os bovinos não dão bolas para essas coisas!

Quem sabe, isso é uma invenção urdida por um apedeuta, que percebeu que a unidade de produção do setor agrário é uma fazenda ou empresa rural, geralmente arrodeada de cerca de varas, mais conhecida como aroeira, por serem varas resistentes e profusas em nossas florestas.

O próprio símbolo máster do fascismo italiano, onde nasceu e floresceu este regime totalitário e racista, é um feixe de varas, encimada por uma machadinha, ostentada, em épocas anteriores ao regime fascista em 1919, na Itália,  com que os agentes do Estado levavam, quando iam executar as ordens do governante poderoso.

Pode ser que o homem capaz de resolver as guerras mais sangrentas que eclodem no mundo, em uma mesa de bar e um copo de cerveja, tenha sonhos alucinados em que as varinhas enfeixem um bando de perigosos fascistas!

As árvores enfileiradas nas fazendas são plantas daninhas. 40% da soja consumida no mundo, metade do açúcar  que adoça as mesas em todo o planeta, o suco de laranja que todas as  famílias bebem de leste a oeste da Terra, sem falar de um quarto da carne bovina, enfim a nossa pátria mãe gentil é a maior exportadora mundial  de soja, açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, milho, celulose e fumo. Enfim, esse bando de fascistas exporta 1,6 milhão de reais por minuto.

Não sabemos ainda porque o mundo, comendo esta comida intoxicada das ideias fascistas, não teve uma convulsão cerebral ou um infarto em suas artérias coronárias. Em cada cinco pratos de alimentos, um é brasileiro em qualquer lugar do planeta, o que atesta a vitalidade e, por que não, a fraternidade com que a nação brasileira vem construindo a sua inserção na economia mundial. 

A despeito dos cães que ladram, o Brasil alcançou o primeiro lugar no pódio dos alimentos, usando, como nenhum outro país, a menor parcela do seu imenso território, empregando os recursos tecnológicos mais modernos e avançados, desenvolvendo as técnicas mais competentes no cuidado com as plantas e promovendo crescentes índices de inclusão social.

Nos resta repetir os versos imortais do Boca do Inferno, o nosso primeiro poeta, Gregório de Matos: “O que falta nesta cidade¿...Verdade. Que mais por sua desonra¿ Honra. Que mais que se lhe ponha¿ Vergonha. O demo a viver se exponha. Por mais que a fama a exalta, numa cidade onde falta Verdade, Honra, Vergonha”.

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