Amizade, interesse ou politicagem?

[Amizade, interesse ou politicagem?]

FOTO: Reprodução/Facebook

Não é segredo, assim como não é ilegal, a amizade de anos entre os conterrâneos goianos Ronaldo Caiado e Raquel Dodge. Personalidades gabaritadas do alto escalão político brasileiro, o governador de Goiás e a procuradora-geral da República estão na eminência de protagonizarem um desnecessário – e aí, sim, questionável – episódio no Judiciário, cujos burburinhos já ecoam pelos arredores da Praça dos Três Poderes. Ao tornar público que vai pleitear a recondução de Dodge ao cargo, que termina em setembro deste ano, Caiado deixa a dúvida se sabe o limite da amizade e o da politicagem.

Perigo e nada natural é ainda um suposto apoio da bancada goiana para esta recondução de Dodge à presidência da Procuradoria-Geral da República. Senado ou Câmara não devem se meter em questões que cabem somente entre Executivo e Judiciário. Respeitar questões hierárquicas e ritos políticos também é dever parlamentar. Caiado, nesta toada, se enveredará numa cruzada espinhosa e, provavelmente, repleta de arapucas.

Que fique claro: a situação não é contestar a integridade e profissionalismo de Raquel Dodge frente à Procuradoria, nem mesmo fazer apontamentos ao mandato de Caiado, nome de respeito dentro e fora do Congresso, mas sim provocar o debate, e buscar respostas sobre a legalidade da intenção de pleitar, quase como uma campanha, mesmo, que parte do Legislativo em cima do Executivo para algo que recai sob o Judiciário. Pode, ou melhor, por quê?


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