Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados na terça-feira (6), mostram que os rendimentos habituais reais médios do trabalho no Brasil aumentaram 7,4% no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicando uma desaceleração na recuperação da renda.

Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo do Ipea revela que a renda média habitual real no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 2.900, valor muito próximo aos R$ 2.910 registrados em dezembro de 2019, período anterior ao início da pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus.

O rendimento habitual é aquele recebido por empregados, empregadores e trabalhadores por conta própria, mensalmente, sem acréscimos extraordinários ou descontos esporádicos, ou seja, sem parcelas que não tenham caráter contínuo. 

Segundo o Ipea, o rendimento habitual médio real em abril deste ano foi de R$ 2.909, o que representa uma queda de 0,5% em relação ao mês anterior (R$ 2.923) e 0,6% em relação a dezembro de 2022 (R$ 2.928). Com a estabilidade da renda e fim do aumento da população ocupada no primeiro trimestre deste ano, a massa salarial atingiu a marca de R$ 279,2 bilhões, representando um aumento de 10,8% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

Já a massa real registrada registrou um crescimento de 10,5%, totalizando R$ 304,3 bilhões. Em termos de desagregação salarial por grupos demográficos, a renda efetiva apresentou os maiores aumentos nas regiões Centro-Oeste e Nordeste no primeiro trimestre deste ano, com 10% e 8,1% respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano anterior.