Casos de Covid sobem nas primeiras semanas do ano no Brasil

Em relação à média móvel, as seis primeiras semanas do ano apresentaram uma taxa de cerca de 33,5 mil casos por semana

[Casos de Covid sobem nas primeiras semanas do ano no Brasil]

FOTO: Breno Esaki/Agência Saúde DF/Agência Brasil

O Brasil registrou, de 1° de janeiro até o último dia 10 de fevereiro, 196.460 novos casos de Covid, de acordo com dados do painel Covid-19 no Brasil do Ministério da Saúde.

Em relação à média móvel, as seis primeiras semanas do ano apresentaram uma taxa de cerca de 33,5 mil casos por semana. No mesmo período de 2023, essa taxa era de 21 mil.

O país registra, portanto, um aumento de 154% na média móvel de casos de coronavírus em comparação ao último ano. Já o número de mortes nas primeiras seis semanas do ano, porém, foi maior no ano passado, chegando a 3.751 óbitos de 1° de janeiro a 11 de fevereiro. Em 2024, foram registradas, até o último dia 10, 1.127 mortes por Covid.

A pasta da Saúde relata também aumento da procura por testes rápidos (antígeno) de Covid nas seis primeiras semanas do ano. De 23 de dezembro de 2023 (51ª semana de 2023) até 17 de fevereiro de 2024 (7ª semana de 2024), o número de testes para detecção de Sars-CoV-2 passou de 37.917 para 75.098. Os dados são preliminares e estão sujeitos à alteração.

Há, ainda, a possibilidade de os novos casos subirem nas próximas semanas, uma vez que as infecções decorrentes de aglomerações no Carnaval não foram ainda contabilizadas. "Estamos esperando o aumento do número de casos de Covid no pós-Carnaval, e essas pessoas que estão voltando das festas têm de se preocupar com aquelas que não foram, uma vez que muitas delas podem ser grupo de risco para doença grave", explica a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas (SP).

Para Renato Kfouri, infectologista pediatra e vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), o cenário atual no país é condizente com o atual momento da doença, que deixou de ter o caráter de emergência sanitária no último dia 5 de maio de 2023.

"O que temos hoje de mais confiável é a positividade, já que a Covid não é uma doença de notificação compulsória. Então quando há aumento de diagnósticos positivos em farmácias e laboratórios podemos esperar um aumento do número de casos no país", explica.

"Infelizmente, ainda temos 200 mortes por semana e, embora a situação hoje seja melhor comparando a quando ainda não tínhamos as vacinas, é importante lembrar que, para uma boa parte desses pacientes que agravam e estão morrendo, o diagnóstico precoce, assim como iniciar o tratamento com o antiviral Paxlovid [da Pfizer, disponível nos hospitais privados e no SUS], é essencial", disse Kfouri.

Em especial, nas populações que apresentam maior risco de agravamento da Covid, como crianças abaixo de dois anos e idosos com mais de 70 anos, é importante reduzir o risco de morte com a vacinação. "Esses são os extremos de idade que acabam sendo os grupos vulneráveis, por isso devem ser vacinados anualmente, de acordo com o preconizado no PNI [Programa Nacional de Imunizações]", completa.

POSITIVIDADE AUMENTA NAS PRIMEIRAS SEMANAS 

O país registrou também, pela primeira vez desde dezembro de 2022, um percentual de testes positivos acima de 35%: chegou a 36%, na semana epidemiológica de 4 a 10 de fevereiro de 2024, ante 20% na primeira semana do ano, que foi de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024.

Entre as unidades federativas com dados suficientes para análise individual, Paraná (46%), Minas Gerais (43%), Rio de Janeiro (38%), Distrito Federal (38%), São Paulo (35%) e Goiás (34%) têm os maiores percentuais.

Os dados, contabilizados pelo ITpS (Instituto Todos pela Saúde), são compilados a partir dos diagnósticos moleculares (RT-PCR) feitos pelos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin. O período analisado ainda não inclui o Carnaval, o que pode refletir em um aumento ainda maior de positividade.

Os casos de diagnósticos positivos para o vírus influenza A, causador da gripe, também tiveram aumento nas seis primeiras semanas do ano, passando de 12% para 17% no mesmo período.


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