O 7 de setembro de 1822, feriado de hoje, é apenas um indicador oficial da separação política da colônia brasileira da metrópole portuguesa, e não de fato a ‘independência’ da Terra Brasilis em relação à Portugal.
Aliás, correntes historiográficas do século 21 apontam que a separação política ocorreu já em 24 de janeiro de 1808, data em que a Corte portuguesa – praticamente inteira – atracou no Brasil. E não há dúvidas que a criação do Império nos Trópicos é ponto crucial do processo de emancipação política do Brasil.
Mesmo o termo Independência, fica mais completa se os fatos forem desconstruídos, afinal, teve seu preço e é, oficialmente, o início da dívida externa do Brasil. A nação do então rei D. Pedro I precisou pagar um montante de dois milhões de libras esterlinas.
Uma liberdade moderada. Além de ter um custo em dinheiro, era ponderada: a Constituição outorgada de 1824 instituía um quarto poder (o Moderador), exercido por cerca de 67 anos, inicialmente por Pedro I e a seguir por D. Pedro II.
Esmiuçar a história pode, como acontece em muitos processos, tornar atos e conquistas um tanto menos cristalinas ou perfeitas, no entanto, é de suma importância para uma sociedade melhor compreender que o passado – neste caso o brasileiro – está repleto de imperfeições. Quanto às comemorações anuais e desfiles cívicos militares, cumprem, sim, a função de preservar e afirmar a memória nacional.