O uso do cinto de segurança é há 20 anos obrigatório no Brasil, seja na cidade ou estrada. Uma lei, no entanto, desrespeitada por cerca de 13% dos motoristas (só nas rodovias), de acordo com levantamento dado em maio de 2019 pela Polícia Rodoviária Federal. Em 2018, o número de multas desferidas por causa da falta de cinto assunta: 170 mil veículos que ao menos uma pessoa viajava sem proteção, informou a PRF. É falta de informação ou consciência?

Difícil acreditar quando a Polícia Rodoviária afirma que a maioria dos motoristas relata desconhecer a lei do cinto para todos os passageiros. Não é que o policial mente ao dar este relato, mas é muito hipotético o condutor desconhecer a importância e necessidade de se viajar afivelado pelo acessório que existe nos automóveis desde 1959. Além disso, as estatísticas de acidentes graves com mortes no trânsito constantemente são assunto de noticiários e não raramente relacionam a fatalidade à fata do uso do cinto de segurança.

E não à toa são necessárias, como de fato existem e são renovadas de ano em ano, as campanhas publicitárias para relembrar a importância de usá-lo, mesmo que seja para atravessar um quilômetro.

Os alertas frequentes, infelizmente, chegam como desnecessários ou redundantes para ao menos quatro em cada 10 pessoas que circulam pelas estradas sem cinto, segundo estudo do ano passado da Arteris, empresa responsável por 3,2 mil quilômetros de rodovias no país, que somados aos mais de 45 mil que morrem em acidentes de trânsito por ano no Brasil, sugerem mais negligência, ou falta de consciência, do que falta de acesso à informação.

Não se trata de uma imposição, é sim um ainda necessário reforço de prudência para salvaguardar vidas: cinto de segurança é obrigatório para todas as pessoas do veículo, do condutor ao passageiro no banco traseiro. É preciso, ainda, ser consciente que de nenhuma habilidade extrema ao volante é capaz de ficar imune ao acaso ou ser vítima da negligência de terceiros no trânsito. Conduzir e transportar pessoas requer zelos e algumas obrigações, como usar o cinto de segurança.