Meta de inflação contínua é 'muito melhor' que meta-calendário, diz Haddad

Ministro da Fazenda acrescenta que perseguir índice inflacionário baixo tem custo alto para a economia

[Meta de inflação contínua é 'muito melhor' que meta-calendário, diz Haddad ]

FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Cerca de dois meses antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que delibera sobre a inflação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a meta de inflação contínua. Atualmente no Brasil, o objetivo deve ser perseguido por ano-calendário.

“Eu penso que a meta contínua é muito melhor que a meta-calendário. Você não tem o calendário gregoriano, mas você tem a trajetória que vai fazer a inflação chegar a 3% em uma situação que você não vai desorganizar a economia nacional”, disse Haddad em entrevista à rádio CBN.

Haddad disse que defenderia esse posicionamento no CMN, responsável por definir as metas de inflação a serem perseguidas pelo Banco Central, em reunião prevista para 29 de junho. Sem defender uma mudança numérica das metas, o ministro afirmou que o governo só anunciará uma decisão de fato quando ela estiver definida.

Este ano, o CMN precisa definir a meta de inflação de 2026. Lula já criticou várias vezes o sistema de metas de inflação, e chegou a pressionar por uma elevação dos níveis almejados. Atualmente, o centro do objetivo oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

“Está havendo uma discussão no mundo inteiro, inclusive no mundo desenvolvido. O que as pessoas estão procurando fazer hoje é alongar o horizonte temporal para o cumprimento da meta. Todo mundo quer inflação baixa, mas nas condições atuais, todo mundo está vendo que o sacrifício para atingir a meta com uma taxa de juros que vai arrebentar a economia é um custo demasiadamente oneroso”, acrescentou o ministro.

O CMN é formado por Haddad, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.


Comentários