O diretor-geral da  Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos Estados-membros que se envolvam mais nas negociações em curso para elaborar um tratado contra pandemias com vistas a evitar que se repitam os efeitos causados pela Covid-19. O pedido foi realizado durante a reunião anual da entidade, na última segunda-feira (22).  

"Peço a cada Estado que se envolva de forma construtiva e urgente nas negociações do acordo contra as pandemias [...] para que o mundo nunca mais tenha de enfrentar a devastação de uma pandemia como a de Covid", afirmou Tedros.

"Deve ser um compromisso geracional de que não repetiremos o pânico e a negligência que tornaram este mundo tão vulnerável", reforçou. 

Ele também afirmou que o fim da Covid como emergência internacional "não é o seu fim como ameaça à saúde" e disse que ainda existe o risco de a doença evoluir com variantes que gerem novas ondas de infecções e mortes.

Além da luta contra a Covid e a mpox (cuja emergência internacional também terminou em maio), a OMS respondeu a 70 crises de saúde em 2022, "desde as inundações no Paquistão até o ebola em Uganda, da guerra na Ucrânia aos surtos de cólera em cerca de 30 países", lembrou Tedros.

A OMS financiou essas operações com um fundo especial de emergência criado em 2014, em consequência do surto de ebola que foi declarado na África Ocidental naquele ano, e para o qual destinou quase 90 milhões de dólares (cerca de R$ 445 milhões, na cotação atual) em 2022.

Em 2023, com crises como a do Sudão e os terremotos na Turquia e na Síria, outros 37 milhões de dólares (em torno de R$ 183 milhões) já foram usados.