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Os ‘boas festas’ no condomínio

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Os ‘boas festas’ no condomínio

Confira nossa crônica de Natal

Por Erick Tedesco
Os ‘boas festas’ no condomínio
Foto: Reprodução

No condomínio no centro da cidade, a portaria estreita, porém espaçosa o bastante para o entra e sai do dia a dia, raramente fica apertada, exceto pelo excesso de gente com sacolas balançando e malas voando sob os braços da senhoria enquanto as mãos se apressam para segurar o elevador. Não é nada agradável ficar com cara de paisagem esperando subir até o 18º andar – e contando a volta. Mas na época do Natal o lugar é tomado pela exuberante natureza de plástico das árvores, pelo bendito presépio e enfeites diversos.

Evidente que 2019 não trouxe um dezembro tão natalino como nos anos anteriores (o síndico estampou um mal escrito comunicado no mural da portaria para explicar as contenções de gastos nesta época), mas os infalíveis pisca-pisca foram devidamente montados na entrada e no pátio do condomínio. Num rápido encontro pelos corredores, ele inclusive fez questão de me contar que os condôminos cobravam exaustivamente por algum efeito – e rápido. 

A pressa, em primeiro lugar, tem a ver com uma das finalidades da árvore de Natal: é ao pé da mesa o local para os moradores deixarem os presentes para os funcionários, o zelador, duas faxineiras, o jardineiro e porteiros.

O voluntariado condomiciliar é prática há mais de 20 anos no prédio, asseguro desde os tempos que morei aqui ainda na época de estudante. A cúpula da administração vigente monta o kit Natal e, quem quiser, engorda os “boas festas” da equipe com regalos. A ação é espontânea, porque cada morador já contribui com uma sexta básica, paga por um valor distribuído entre todas as contas. É tal do presente comunitário, para enfatizar o caráter coletivo da benevolência natalina.

Umas das mais entusiastas desta ação, a Conceição, é daquelas que faz até cara séria a cada presente que coloca ao pé da árvore. Segundo ela, uma coisinha igual para todos e na mesma embalagem. “São funcionários de elite”, garante.

 E, de fato, são. O porteiro Wagner trabalha há dez anos no condomínio e, assim como os demais funcionários, levam os presentes nesta véspera de Natal. Muitos embrulhos para cada um. “Já ganhei um radinho de pilha, que eu queria, bombom, panetone trufado e até dinheiro. Teve um morador, certa vez, que foi viajar e, antes, deixou duas onças na caixinha, para dividir entre nós”, conta ele, sempre bem-humorado e gente boa, antes dos novos presentes. Se perguntar, no entra e sai do dia a dia do prédio, eles responderão “eles merecem, eles merecem”.

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