Peru segue temporariamente sem presidente e chefe do Congresso
Crise politica e economia se agravou com renuncia de Manuel Merino neste domingo (15)
O Peru está sem presidente após a renúncia de Manuel Merino em meio a protestos apenas cinco dias depois de assumir o poder, e também ficou sem comando no Congresso após a renúncia dos integrantes de sua mesa diretora. A renúncia de Merino provocou uma grande celebração nas ruas, após vários dias de protestos que deixaram dois mortos e mais de 100 feridos. "Quero tornar público para todo país que apresento minha renúncia irrevogável ao cargo de presidente da República", declarou Merino em uma mensagem ao país transmitida pela televisão.
Poucas horas depois renunciou a mesa diretora do Congresso, liderada por Luis Valdez, o que deixou temporariamente o país andino sem autoridades nos poderes Executivo e Legislativo. Durante a noite deste domingo (15), o Congresso não chegou a um acordo para a eleição como nova presidente do Peru a parlamentar de esquerda Rocío Silva Santisteban, que supostamente era uma candidata de consenso. Ela precisava de 60 votos e recebeu apenas 42, com 52 votos contrários e 25 abstenções.
Na lista única de Silva Santisteban estava como número dois o parlamentar Morado Francisco Sagasti, do partido centrista Morado, o que significa que ele seria o presidente do Parlamento. Isto levou a uma reunião a portas fechadas entre os líderes das bancadas para buscar uma maneira de superar a paralisação, enquanto milhares de manifestantes permaneciam pacificamente nas ruas. Merino tinha substituído na terça-feira (9) o então presidente Martín Vizcarra, um dia depois que ele foi destituído pelo Congresso por suposto caso de corrupção.
O escolhido será o terceiro presidente em menos de uma semana, em um país duramente atingido pela pandemia da Covid-19 e uma recessão econômica que mergulhou em uma crise política quando o Parlamento removeu Martín Vizcarra em um julgamento a jato na segunda-feira passada (8).