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Presidente do Conselho Federal de Medicina diz que Cloroquina não deve ser descartada

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Presidente do Conselho Federal de Medicina diz que Cloroquina não deve ser descartada

Para Mauro Luiz de Britto, estudos existentes não são suficientes para a suspensão do uso

Por Da Redação
Presidente do Conselho Federal de Medicina diz que Cloroquina não deve ser descartada
Foto: Reprodução

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, disse ao Estadão que estudos científicos internacionais ditos como parâmetro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) não são suficientes para que o conselho condene o uso de hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento precoce da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. 

Ele afirmou, ainda, que de 25% a 30% dos médicos brasileiros são favoráveis ao uso das substâncias. “Não podemos pegar trabalhos científicos e tomar decisões apenas em cima disso. Temos que levar tudo em consideração”, disse. Segundo Britto Ribeiro, o CFM preconiza a autonomia médica na decisão do tratamento.

“Não defendemos o tratamento”, afirmou, acrescentando que todas as decisões do conselho são pautadas pela ciência e não pela política. Em abril de 2020, um parecer do CFM, no qual o entrevistado pelo jornal foi relator, liberou o uso das substâncias para o tratamento. Embora, em março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha concluído que a hidroxicloroquina é contra-indicada no tratamento da covid, com risco de efeitos colaterais adversos, Mauro Luiz de Britto Ribeiro segue defendendo a decisão do conselho.

“Não há nenhuma outra entidade que se guie mais pela ciência do que o CFM. Não temos nenhum outro interesse que não seja fazer o melhor. As decisões do CFM não são monocráticas. São 28 conselheiros fazendo uma varredura de tudo de importante que acontece no mundo sobre a Covid-19. O FDA é muito importante, mas temos autonomia para tomar as nossas decisões. Temos uma atividade de regulação da medicina que nem todos esses órgãos têm”, disse.

“É legítimo que se discuta a eficácia das medicações. Mas não dá para dizer que as drogas são ineficazes; a ciência ainda vai dar essa resposta de forma definitiva. É um excesso de retórica que não tem correspondência na realidade. Estamos falando de drogas seguras, usadas há 40, 60, 70 anos. Lembrando sempre que o nosso parecer não defende o tratamento precoce”, completou.

Na última quarta-feira, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que Ribeiro passou à condição de investigado “por seu apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes. Durante entrevista ao jornal, o presidente do CFM disse lamentar ter passado à condição de investigado sem nunca ter sido ouvido pela CPI, embora tenha se oferecido para falar. Ele afirmou ainda que o Brasil vive um momento complicado em função da politização da pandemia.

“Não podemos questionar nada que somos colocados como negacionistas, como terraplanistas, isso está errado, temos que discutir as coisas”, afirmou Ribeiro. “Estamos diante de uma doença desconhecida, não pode ter assunto proibido”, completou.

Prevent Senior

Ainda durante a entrevista, Mauro Luiz de Britto Ribeiro disse que não tem como se posicionar sobre o relato de um executivo da Prevent Senior à CPI de que houve alteração em prontuários médicos e até em atestados de óbitos de pacientes que morreram por Covid-19.

“Não tenho como me posicionar. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo está investigando o caso. Posso dizer que todos os denunciados terão ampla defesa e essa sindicância será arquivada ou transformada em processo ético-profissional”, disse. “Neste caso, serão absolvidos ou condenados. Se forem condenados, podem recorrer à segunda instância, que é o CFM. Então não posso me posicionar com antecedência. A única coisa que posso falar é que, no Brasil, todos têm direito à ampla defesa e ao contraditório”, continuou. 

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