A pandemia Covid-19, mesmo após a cura do contágio, pode deixar diversos problemas desencadeados pela doença. Segundo pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, México e Suécia, cerca de 25% das pessoas tiveram perda de cabelo como um dos sintomas, mesmo após o fim do período de infecção pelo novo coronavírus.

Ao todo, foram analisados estudos sobre o tema com análises de 48 mil pacientes que já se infectaram com a doença. Chamada de "síndrome Covid longa", a condição de saúde se caracteriza por durar semanas ou meses depois do início da infecção pelo novo coronavírus.

Além disso, a Covid longa também não se manifesta necessariamente com os mesmos sintomas que afetaram a pessoa anteriormente, como falta de ar, em casos graves, fadiga, febre e dor de cabeça.

Segundo a médica dermatologista Dra. Dani Menezes, a infecção pelo Covid-19 pode gerar a queda de cabelo e que, apesar de ainda não ser um mecanismo muito claro, as causas podem acontecer por alguns fatores, como a alta demanda metabólica do organismo e pelo processo inflamatório que ocorre no corpo, conhecido como eflúvio telógeno, e que ocorre com outras infecções virais.

De acordo com ela, alguns pacientes apresentam preocupação devido à predisposição genética para uma queda mais intensa, que não havia sido desenvolvida até o processo da doença. “O Covid funciona como um gatilho e pode desencadear a queda, ou o paciente já tem e o vírus apenas intensifica o processo, principalmente porque o corpo passa por um processo de estresse intenso”, explica.

Dra. Dani explica que é preciso procurar um profissional para a análise do couro cabeludo, além de realizar exames com foco em afastar deficiências nutricionais e outras situações que possam desencadear uma outra queda aguda no paciente. “Se o paciente não tiver carência nutricional, a boa notícia é que a perda dos fios tende a resolução espontânea ou melhorar ainda mais rápido com os tratamentos prescritos pelo profissional”, salienta.

A médica explica, no entanto, que existem procedimentos com protocolos especiais disponíveis feitos com Enzimas e LEDterapia e Microinfusão de Medicamentos na Pele (MMP) que podem ajudar no controle da queda. Segundo a Dra. Dani, os tratamentos são feitos tanto com uso de medicações prescritas pelo dermatologista ou associado ao tratamento na clínica.

Assim, existe a opção de fazer a LEDterapia associada com o MMP, ou a LEDterapia junto a aplicação de substâncias específicas aplicadas diretamente no couro cabeludo. 

A LEDterapia é capaz de tirar o cabelo da fase de queda, estimular o crescimento e circulação sanguínea no couro cabeludo, favorecendo a absorção dos medicamentos orais e das substâncias que serão usadas durante o tratamento, segundo a médica. “No caso do MMP, é usada a aplicação de substâncias com microagulhas, que são reguladas e aplicadas diretamente a nível do folículo”, pontua. 

Além disso, todos os tratamentos são eficazes por terem como objetivo frear a queda e estimular o crescimento, o brilho e a melhora da qualidade do fio. A dermatologista ressalta, no entanto, que a resposta clínica varia, já que sofre influência do organismo do próprio paciente. 

“Vale destacar que se a pessoa tem um outro tipo de alopecia associada, se a pessoa tem ou não uma carência nutricional associada, a resposta do tratamento será individual. Todos os pacientes melhoram, mas a porcentagem de melhora não tem como ser prevista, pois varia em cada paciente”, concluiu.