Psicóloga fala sobre impactos das redes sociais na depressão

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), na última década houve um crescimento de 18% de casos em todo planeta

[Psicóloga fala sobre impactos das redes sociais na depressão]

FOTO: Reprodução

Considerada a doença do século, a depressão fez mais uma vítima na última segunda-feira (15). A blogueira Alinne Araújo, que ficou conhecida por se casar sozinha após o noivo terminar o relacionamento na véspera do casamento, cometeu suicídio ao se jogar do nono andar do prédio que morava no Recreio dos Bandeirantes, localizado no Rio de Janeiro. O caso pôs em discussão os fatores que envolvem a enfermidade e podem ter influenciado a blogueira a cometer uma atitude extrema.

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), na última década houve um crescimento de 18% de casos em todo planeta. O último estudo realizado pela agência indica que o Brasil lidera os casos na América Latina, com cerca de 11,5 milhões de pessoas, o equivalente à 6% de toda população. Ainda segundo a previsão da OMS, até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante do planeta.

Lembrando que desde o dia 30 de abril de 2019, está em vigor a Lei nº 2.583, de autoria da vereadora, Ada Dantas Boabaid (PMN), denominada “Lei Anti Depressão”, que garante meia-entrada para jovens de até 21 anos de idade em estabelecimentos que proporcionam lazer e entretenimento no Município de Porto Velho, em Rondônia, não sendo necessária apresentação de carteira estudantil, apenas documento oficial com foto que comprove a idade do cliente. O desconto para o público em questão é válido de segunda à quarta-feira.

Apesar de ser uma doença que vem abrangendo uma alta quantidade de pessoas, há algumas dúvidas à respeito dos sintomas, tratamento, os impactos que as redes sociais podem ocasionar, etc. Para tirar algumas dúvidas, a reportagem do Farol da Bahia conversou com a psicóloga Fernanda Bittencourt, para saber mais informações sobre a depressão. Confira o bate-papo:

A depressão pode acontecer de forma repentina de uma dia pro outro ou ela costuma já ter um tempo guardada e externada em um momento de mais tristeza ou raiva?

Alguns estudos afirmam que a depressão possui fatores genéticos, no entanto, nem toda pessoa que possui pré disposição genética vai desenvolvê-la. Outras pesquisas mostram que não necessariamente a pessoa precisa ter fatores genéticos para desenvolver a depressão. Esta pode acontecer após uma grande perda, pela dificuldade de lidar com a realidade no momento ou até mudanças. Sabe-se que se trata de uma doença multifatorial que envolvem fatores genéticos, biológicos e psicossociais.

Como notar se a pessoa está com depressão e auxiliá-la sem que se chateie?

Observar com atenção os comportamentos e mudanças das pessoas que estão próximas. Tristeza profunda, irritabilidade, insônia ou hipersônia, isolamento social, perda de prazer nas atividades diárias, autocríticas são os sinais mais comuns de serem verificados. Para ajudar essa pessoa, é importante primeiro que ela se conscientize da necessidade da ajuda de um psiquiatra e psicólogo. Se possível, utilizar modelos de pessoas famosas ou conhecidas que passaram por esta situação e falam sobre a relevância de estar sendo acompanhada pelos profissionais indicados.

Quais podem ser exemplos de tratamentos para depressão?

O tratamento mais adequado inclui acompanhamento psicológico (com um psicólogo) e com psiquiatra (médico), caso seja necessário o uso de medicamentos e indicação de atividade física. Para auxiliar no tratamento, é primordial uma rede de apoio, seja da família e/ou amigos, para a pessoa que sofre de depressão.

A depressão costuma ser uma doença que pode voltar a qualquer momento mesmo após o tratamento, ou ela pode ser curada de uma vez?

Estudos apontam que a depressão é crônica, no entanto, com o tratamento adequado as possibilidades de recaídas são minimizadas.

As redes sociais podem ser um fator negativo para pessoas depressivas? 

As redes sociais têm sido tão perigosas quanto o mundo real. As pessoas têm utilizado esse meio de forma covarde, sem ter o mínimo de empatia necessária. É preciso ter cuidado com o que será dito ou escrito. É importante filtrar o que se lê, evitar se comparar com o que ver, para que as interpretações distorcidas não causem tanto sofrimento. As redes sociais têm seus benefícios e malefícios, e isso é válido para pessoas que sofrem de depressão ou não. Em prol da saúde emocional, é fundamental dosar o uso delas.


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