Queda de avião transforma viagem de lua de mel em aventura pela selva amazônica

BBC News conta história de Holly e Fitz

[Queda de avião transforma viagem de lua de mel em aventura pela selva amazônica]

FOTO: YVES GIRAULT/BBC

A BBC News publicou nesta sexta-feira (25), um caso inusitado sobre a queda de avião que transformou viagem de lua de mel do casal Holly Fitzgerald e Fitz em aventura pela selva amazônica. Na ocasião, o avião em que estavam fez um pouso forçado em meio à selva peruana. Em entrevista ao programa de rádio Outlook, da BBC, Holly conta como eles sobreviveram. Holly Fitzgerald e o marido Gerald, mais conhecido como Fitz, estavam casados havia menos de dois anos quando partiram em uma viagem de lua de mel de um ano ao redor do mundo, que tinha como ponto de partida a América do Sul.

Era início da década de 1970, e o casal americano tinha pouco mais de 20 anos na época, ambos estavam perdidamente apaixonados e em busca de aventura. "Estávamos muito animados. Economizamos durante um ano. Nós dois trabalhávamos, ele era repórter de um jornal e eu era assistente social", relembra Holly.

Fitz havia combinado com o editor do jornal que escreveria artigos semanais sobre a viagem, enquanto Holly seria responsável pelas fotos. No fim do ano de 1972, eles haviam juntado dinheiro suficiente e estavam prontos para embarcar.

Contudo, só após quatro meses viajando pela América do Sul, a verdadeira aventura do casal começaria de fato. Eles estavam na cidade peruana de Pucallpa, quando decidiram conhecer a Bacia Amazônica.Para isso, o plano era voar até Puerto Maldonado, também no Peru, onde pegariam um barco comercial para descer até Riberalta, na Bolívia. De lá, seguiriam de carona para o Brasil.

Eles decolaram então em um avião bimotor militar antigo, modelo DC-3, rumo à Bolívia. "Estávamos muito longe da civilização, não havia casas lá embaixo, apenas árvores sobre árvores, uma ondulação de árvores, quase como um oceano verde", descreve Holly. "O avião ia fazer uma parada em uma aldeia no caminho do nosso destino e, à medida que descia, começou a tremer, a balançar... estava descendo muito rápido. Eu perguntei: 'Fitz, esse avião não está indo rápido demais?'"

A aeronave, com 13 pessoas a bordo, acabou fazendo um pouso forçado no meio da selva.
"Quando o avião bateu no solo, era tudo lama, uma grama lamacenta, e ele parecia não conseguir frear. Havia uma península de água em volta, e ele colidiu nas árvores da floresta." "A asa quebrou, e o trem de pouso ficou todo amassado", acrescento.

Eles passaram dias na floresta e no meio da quarta noite, eles foram atingidos por uma forte tempestade de raios e trovão. "Era muito alto e assustador. Eu acordei e gritei: 'Fitz, tempestade, tempestade'", relembra.

"Ele acordou e olhou para fora da tenda, claro que estava escuro, mas com os relâmpagos você podia ver que a água estava turbulenta." Holly e Fitz fizeram uma tentativa de escapar do pântano tentando remar de volta para o rio principal. Mas uma tempestade os impediu, além do fato de que a jangada era grande demais para navegar entre as árvores alagadas. Com o passar dos dias sem comer, eles começaram a perder peso rapidamente, e a ficar cada vez mais fracos.

No meio de toda a situação, Fitz avistou dois homens em uma canoa — e usou a pouca força que lhe restava para gritar por socorro. "Descobrimos que (os dois homens) eram de uma tribo local e se chamavam Rocque e Silveiro. Duas pessoas maravilhosas, eles salvaram nossas vidas."

Os indígenas colocaram o casal na canoa em que estavam, e os levaram até sua aldeia. "Demorou algumas horas, eles cortaram caminho pela mata, o que a gente não conseguia fazer com a jangada, mas com a canoa dava para navegar pela floresta inundada, e eles iam cortando a vegetação com um facão", diz ela. Quando menos esperavam, estavam finalmente de volta ao rio Madre de Dios.

Atualmente, ambos vivem juntos no Estado americano de Massachusetts. Eles têm duas filhas  e cinco netos. Em dezembro deste ano, o casal vai completar 50 anos juntos, uma relação que saiu fortalecida da provação pela qual passaram na floresta.


 


Comentários

Relacionadas

Veja Também

[MP recomenda ao Colégio Anchieta que adote medidas de combate ao racismo ]

Instituição tem 60 dias para apresentar programa de combate ao racismo institucional para o ano letivo 2024

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!