Ranger Limited 2024: Farol da Bahia testa a nova geração

Modelo vem mais equipado e tecnológico e quer brigar com a liderança e a boa reputação da líder de vendas

Após o crescimento dos crossovers, as Pickups vem elevendo na participação de mercado no país e já representam 22% das vendas. E agora em uma nova fase como importadora de veículos, a Ford que já lançou a Maverick agora troca a geração da Ranger. Ela foi lançada no Brasil em 1994 importada dos Estados Unidos e em 1996 passou a vir da Argentina. De lá para cá muita coisa mudou e a Ford tem um grande desafio de fazer da Ranger um sucesso de vendas para incomodar a líder Toyota Hilux e deixar a Chevrolet S10 bem como sua concorrente de desempenho Volkswagen Amarok para trás. 

A versão Limited é a joia da coroa dentro da estratégia da Ford e sua versão mais equipada entre todas as demais. Chega por R$ 319,9 mil ou R$ 339,9 mil com um pacote interessante de opcionais. O Farol da Bahia testou a novidade durante o seu lançamento em Mendoza, na Argentina, na última semana. 

Tudo é novo partindo do chassi com travessas mais rígidas. O visual fica muito mais parrudo, agora alinhado a produtos de sucesso como a F-150 é bem semelhante à Maverick. Mas ela cresceu e ficou mais alta fruto das soluções do seu design e dimensões das novas peças. E foram 2700 componentes redesenhados nessa geração com um trabalho iniciado em 2018.

Maior e mais alta 

Ela ficou mais comprida com 5,37m, 4cm mais alta com 1,88m e com melhor distribuição entre eixos com 3,27m o que se reflete na amplitude da cabine. A largura é de 2,20 e a caçamba - mais alta - comporta 1.250 litros levando ainda 1 tonelada de carga e com capacidade de 3,5 toneladas de reboque.  Na estamparia, o nome Ranger na tampa em relevo e os racks laterais na caçamba fazem a Ranger parecer ainda maior. Externamente tudo é novo além da dianteira com faróis em duplo C que envolvem a grade cromada mais ampla e as linhas de pára-choque angulosas: ângulo de ataque é de 30º, ângulo de saída de 26º, altura livre do solo de 235 mm e capacidade de imersão de 800cm.

Interior mais refinado 

Por dentro o aproveitamento de espaço fica evidente. São só 3cm a mais de entre-eixos mas com uma distribuição melhor no painel, altura e bancos. No entanto, no aspecto geral o acabamento está mais simples e a Ford poderia ter arriscado mais com molduras mais pronunciadas no painel ou tons de cores diferentes. Os bancos são de couro mas poderiam trazer alguma identidade da versão adotando um assento na cor preta - robusto mas simplificado. 

No entanto, há revestimento de couro nas portas, algo incomum no segmento, bem como no tabelier do painel. O volante tem boa empunhadura e ajustes, o painel digital tem gráficos muito claros, animados e eficientes com 12 polegadas bem como a multimídia vertical no mesmo tamanho. Ela usa o sistema Ford Sync4 e incorpora além de conexão sem fio, bluetooth e rádio, uma câmera de alta resolução (360° nesta versão), manual do veículo e conexão com o aplicativo da Ford no celular. Ele monitora até a vida útil do óleo e não estabelece prazos fixos para a troca. Para isso é preciso acompanhar pelo aplicativo. 

Motor V6 nas versões topo de linha 

Outra grande novidade está no motor 3.0 V6 que é importado da Europa, Índia e o câmbio dos Estados Unidos (o mesmo do Mustang e F-150). Com 250cv e 60kgfm, privilegia força em baixas rotações e libera a transmissão em altas velocidades para chegar à décima marcha. Ficou mais elástico e silencioso a ponto de não parecer uma pick-up diesel. Vamos ver se ao receber biodiesel na composição a relação de vibrações vai mudar quando ela chegar ao Brasil.

Testamos a Ranger ao pé da Cordilheira dos Andes em condições de off road, pista de areia e pavimentos de baixa aderência além de poucos trechos urbanos. Fica evidente a calibração mais confortável, mais preciso com intervenções eletrônicas suaves e sem tantos solavancos. O banco traseiro é confortável e levemente inclinado para trás. Os passageiros agradecem a gentileza. Outra providência foi afastar os amortecedores das longarinas permitindo um rodar suave como em uma Nissan Frontier porém com mais potência. 

Mesmo em um piso arenoso e de baixa tração o sistema de controle 4WD eletrônico faz seu papel bem como o bloqueio de diferencial. Controle de descida e modos 4x4 em alta, baixa velocidade e 4x2 também estão disponíveis por um novo botão seletor que concentra ainda os seis modos de condução. Entre eles há um modo trailer que auxilia nas manobras, tal qual a F-150. 

 

A direção elétrica é nova e a ergonomia permite um estilo de condução mais pedimos de um automóvel. Nessa versão, há câmera dianteira para maior segundos em aclives. Só ficou faltando um shift paddle atrás do volante mas é possível fazer trocas manuais pela alavanca no console central. 

 

Neste primeiro contato foi possível perceber o quanto a Ford Ranger evoluiu. Ela tem atributos superiores aos da Toyota Hilux que custa quase a mesma coisa. Porém a marca japonesa tem reputação de máxima confiança e pós venda, algo que a Ford está reconstruindo após a decisão de não mais fabricar carros pequenos no Brasil e no mundo. “Queremos fazer o dono de uma Hilux entrar na Ford Ranger para conhecer nosso produto”, provoca Antonio Baltar, diretor de Marketing da Ford.

 

E neste primeiro momento só estarão disponíveis para reserva as versões mais caras: Limited e XLT. As versões de entrada devem estar disponíveis a partir de setembro. Lá a briga vai ser boa após a estreia da Fiat Titano que terá como foco o uso profissional. “Vai ser uma carnificina”, disse Baltar sobre este disputado e amplo segmento de veículos com mercado anual de 120 mil veículos no país. 

Até lá a Ranger tem força para brigar em pé de igualdade pela liderança em um mercado disputado e com consumidores que conhecem seu produto. Nesse sentido vale mesmo conhecer as novidades da Ranger disposta a reconquistar e conquistar compradores para a pick-up mais equipada entre os modelos médios.


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