Economia
Somente no Rio Grande do Sul, as perdas com soja e milho somaram R$ 36,14 bilhões
FOTO: Pexels
A seca causou impactos bilionários na safra deste ano. Somente no Rio Grande do Sul, os prejuízos com soja e milho somaram R$ 36,14 bilhões, segundo informações das cooperativas agropecuárias do estado. Se forem considerados os estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, as perdas chegam a R$ 25,1 bilhões.
Com o impacto do fenômeno climático La Niña, a região Centro-Sul do país foi afetada por uma estiagem mais severa, o que resultou numa quebra de safra e redução da produtividade. Responsável por invernos rigorosos e grandes secas, o La Niña se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico.
Coo fenômeno, a chegada do período de chuva nas regiões produtoras foi atrasada, afirma Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, especializada em agronegócio. A expectativa é que o La Niña só perca força na primavera de 2022.
A queda na produção nacional foi de 50% a 80%, devido a esse fenômeno, conta Fabbri, o que significa uma menor produção de sacas por hectare.
Havia uma previsão inicial da produção de 144 milhões de toneladas da safra de soja e milho em 2021/2022. Mas ela foi reduzida a 122,7 milhões, informa Guilherme Bellotti, gerente da consultoria de agronegócio do Itaú BBA.
Com esses impactos causados pelas mudanças climáticas, há iniciativas que cobram mais engajamento no Brasil a afim de proteger as florestas. Uma delas é a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, composta por mais de 300 representantes do setor privado, setor financeiro, academia e sociedade civil.
"Já são 10 anos seguidos de aumento do desmatamento, o que mostra um descaso com o clima no Brasil. Temos uma infinidade de empresários, políticos, ambientalistas, cientistas, cidadãos, que estão chamando atenção há muito tempo. Mas que infelizmente não têm encontrado ouvidos dispostos a ouvir em Brasília. A grande maioria do agro está preocupado sim, mas quem representa esse agro não está", avalia Marcello Brito, ex-presidente da associação do agronegócio (Abag) e membro da Coalização.
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