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Sensacionalismo e sensacionalistas

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Sensacionalismo e sensacionalistas

Por Editorial
Sensacionalismo e sensacionalistas
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foram oito horas e 30 minutos de audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), em que o ministro da Justiça e ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, dialogou na quarta-feira (19) com os parlamentares sobre as conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil, atribuídas a ele e outros integrantes da Força-Tarefa em forma de espetáculo midiático e escandaloso, o suficiente para, escandalosamente, desintegrar reputações e até mesmo livrar o ex-presidente Lula da cadeia. 

Pela tranquilidade, firmeza nas respostas com argumentos robustos, plausíveis, que em certos momentos desatinaram os senadores, se ali fosse um ringue, como às vezes parece ser, Moro seria consagrado vitorioso. Rejeitou a autoria de todo o material vazado, defendeu normalidade na conduta entre juiz e procuradores, ofereceu o cargo em caso de irregularidade e, entre as várias réplicas e tréplicas, ensinou Direito Penal aos senadores. 

A dinâmica de sessões como esta, bastante conhecidas e previsíveis. É a oposição armada de subjetividades em forma de verdades, acusações nem sempre plausíveis e tentativas sórdidas em espetacularizar um fato em vias de investigação. É sensacionalismo ordinário por meio de sensacionalistas que rejeitam análises, afinal, supostamente já costuraram toda a verdade de um caso. 

A ânsia por desestabilizar um confiante Sergio Moro era tanta que, em determinado momento, o senador sergipano Rogério Carvalho (PT) se enveredou no campo do absurdo. Questionar se o ministro havia feito um “media training” (treinamento de mídia, capacitação que ajuda a ter melhor desempenho em falas como a de Moro na CCJ) não só foge ao assunto central da sessão como soa um tanto quanto antiético – de novo, alçando o sensacionalismo. 

Foi, enfim, um desempenho favorável, um diálogo que mantém o caso nos trilhos da investigação. A invasão à privacidade de autoridades por um suposto ataque hacker é também tão sério quanto as acusações ainda questionáveis do The Intercept e isso Moro colocou ali no Senado de forma brilhante. A sensatez e imparcialidade numa análise, ainda são chaves para que a verdade prevaleça ante conspirações e obstruções sistemáticas.

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