A Shein faturou R$ 8 bilhões no Brasil em 2022, um salto de 300% na comparação com o ano anterior. A empresa chinesa era do tamanho da Hering, mas hoje já ultrapassou a projeção anual para o Grupo Soma, segundo mostram os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, do BTG Pactual, em relatório divulgado na última segunda-feira (30).

Conforme o documento, os papéis da C&A tiveram um downgrade de "Compra" para "Neutro", já que as principais escolhas dos consumidores têm sido Arezzo, Grupo Soma e Track&Field. A maior parte do crescimento do varejo de moda foi sustentada por marcas voltadas para os consumidores mais abastados, comportamento que também deve permanecer em 2023.

Ao colocar um cenário macroeconômico mais duro para as varejistas locais, levando em consideração todos esses fatores e o custo de capital mais caro com os juros em patamares elevados por mais tempo, o banco refez as estimativas de ganhos para sete delas (Arezzo, Renner, Grupo Soma, Track&Field, Vulcabras, Marisa e C&A) para os próximos quatro anos. Na média, as estimativas de receita desse grupo ficaram 3,5% menores, seguidas por um Ebitda reduzido em 10%. Por fim, o lucro líquido ficou 17% menor.

O relatório aponta que a maior receita anual, dentro das estimativas de 2022, fica para a Renner, com R$ 11,6 bilhões.

A menor dentro da análise ficou com a Marisa, com R$ 2,2 bilhões. Ou seja, nenhuma das empresas analisadas estão no mesmo patamar da Shein. 

Mesmo com os efeitos persistentes da inflação elevada, o documento aponta que o que o consumidor quer é preço baixo para ficar na moda. A Shein lança 10 mil produtos por mês, o que em dois meses equivale a produção da Zara em um ano. Além disso, os compradores também encontram na Shein roupas que sirvam ao seu tamanho, ainda que os "looks" demorem por volta de 20 dias para chegarem.