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Vacina: Luiz Paulo Dominguetti confirma na CPI a denúncia de propina na Saúde

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Vacina: Luiz Paulo Dominguetti confirma na CPI a denúncia de propina na Saúde

Policial tenta incriminar o deputado Luis Miranda

Por Da Redação
Vacina: Luiz Paulo Dominguetti confirma na CPI a denúncia de propina na Saúde
Foto: Agência Senado

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti confirmou, em depoimento à CPI da Pandemia, a denúncia de que o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias pediu propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Na ocasião, ele também tentou incriminar o deputado Luis Miranda (DEM-DF), exibindo na CPI um áudio em que o parlamentar aparece falando da compra de um produto farmacêutico. 

Contudo, os senadores presentes na sessão não acreditaram no áudio mostrado pelo depoente. Durante o depoimento, o PM primeiro disse que Miranda estava negociando vacinas, depois, recuou e alegou que não tinha mais certeza. O relato do depoente acabou levando a CPI a aprender o celular dele. Na sessão, Luiz Paulo Dominguetti se apresentou como representante da Davati Medical Supply, que diz ser intermediária na venda da vacina AstraZeneca, e denunciou um suposto esquema de propina no governo em entrevista publicada no jornal "Folha de S. Paulo". 

Dominguetti disse ainda que a primeira proposta para a venda da vacina era de US$ 3,5 por dose, o que não incluía a propina pedida. Questionado sobre a quem fez a proposta no ministério, ele disse que levou a oferta a Roberto Dias, ao diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Lauricio Monteiro Cruz, e ao secretário-executivo Elcio Franco. De acordo com ele, o encontro com Elcio Franco foi intermediado por Laurício.

“Quando estivemos com o senhor Elcio Franco, o que nos espantou foi: uma oferta de 400 milhões de doses, e ele não tinha conhecimento dessa proposta. Ou seja, ele [Dias] não tinha avançado ou informado ao ministério, segundo Elcio Franco, dessa proposta. Ela foi novamente validada. Elcio Franco me perguntou pessoalmente com quem eu deixei essa proposta. Eu disse que tinha um outro coronel que não me recordava. E eu disse a ele que com o Roberto Dias houve uma troca de olhares. Ele baixou a cabeça, simplesmente saiu, pediu que dois estagiários pegassem nossos nomes, que entraria em contato. Ele recebeu e-mails pedindo que essa proposta comercial tivesse avanço”, disse o PM.

Pedido de propina

Dominguetti disse que havia um empresário, cujo nome não se lembrava, no jantar em que foi pedida propina. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) mostrou uma foto e perguntou se era aquela pessoa, e ele disse que parecia ser ela. Em seguida, a foto foi mostrada na comissão: era o coronel Alexandre Martinelli, que havia sido exonerado de um cargo no Ministério da Saúde em janeiro de 2021.

Ao término da fala do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), perguntou ao policial sobre os valores das transações.

“Se houvesse conseguido vender as 400 milhões de vacinas para o governo brasileiro, o senhor seria remunerado como?”, perguntou o senador. “Um pró-labore da Davati”, o policial respondeu.

“A Davati paga para todos os envolvidos, o Cristiano e a parte técnica também, US$ 0,20 por dose. Então, eu acredito que receberia, em média, de US$ 0,03 a US$ 0,05 por dose. Isso é o que está no mercado”,  disse Dominguetti.

No total, a transação poderia render de US$ 12 milhões a US$ 20 milhões a Dominghetti, segundo os valores apresentados à CPI. O policial também afirmou que não sabe por quanto a Davati, suposta intermediária da AstraZeneca, pagaria por dose ao laboratório. O PM disse que tentou vender vacinas também para municípios. Segundo ele, nesses casos não houve pedido de propina.

Para o senador Eduardo Braga (MDB-AM), causa estranheza a empresa ter supostamente oferecido 400 milhões de doses da Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, e não inserir o produto no portfólio: “No portfólio dos produtos, (...) consta vacina tetraviral, consta suplemento alimentar, consta outros medicamentos. (...) Eu achei muito estranho que uma empresa que tenha a capacidade de ofertar como fez numa proposta de 400 milhões de doses ao governo brasileiro e não ter apresentado no seu portfólio, da sua empresa esse produto, que é um dos produtos mais cobiçados do mundo inteiro”.


 

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