RJ teve ao menos 944 mortos em ações policiais desde que STF restringiu operações em favelas

Pesquisa foi realizada após a operação no Jacarezinho na última quinta-feira (6), que matou 24 pessoas

[RJ teve ao menos 944 mortos em ações policiais desde que STF restringiu operações em favelas]

FOTO: Agência Brasil

Um levantamento realizado pelo G1, com base em dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), aponta que desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) restringiu as operações em favelas do Rio de Janeiro em meio à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, ao menos 944 pessoas foram mortas por policiais. A pesquisa foi realizada após a operação no Jacarezinho na última quinta-feira (6), que matou 24 pessoas.

O G1 informou ainda, que o número de mortos por policiais tende a ser ainda maior, já que o ISP ainda não divulgou os dados de abril. O levantamento leva em consideração todas as mortes cometidas por policiais, sejam em operação ou não, em todo o território do estado. 

A decisão do ministro do STF, Edson Fachin, permitia operações em casos "absolutamente excepcionais" e foi publicada no dia 5 de junho de 2020. A determinação do Supremo chegou a provocar uma queda considerável do número de mortos por policiais em 2020. Em junho do ano passado, foram 52,  quase quatro vezes menos do que no mesmo mês do ano anterior, quando foram 195.

A partir de outubro do ano passado, os números voltaram a subir. No primeiro trimestre de 2021, o número de pessoas mortas por policiais foi maior do que no mesmo período do ano passado. Foram 151 neste ano contra 145 de 2020. A operação no Jacarezinho, com 24 civis mortos e um policial, foi a ação com maior letalidade em toda a história do estado.

ONU

A operação policial no Jacarezinho foi criticada pelo escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que cobrou investigação e alertou para o histórico uso desnecessário da força policial.

Moradores da comunidade denunciam que suspeitos foram executados. O Ministério Público recebeu, na ouvidoria, denúncias de abusos policiais, que são investigados. De acordo com o porta-voz da ONU, Rubert Colville, há indícios de que a cena do crime não tenha sido preservada.

Veja mais:

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-> Após mais de 24 horas, Polícia Civil não divulgou identidade dos mortos no Jacarezinho


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