O Brasil registrou uma elevação significativa no número de casos de covid-19 nas últimas semanas, motivadas por causas multifatoriais, incluindo a variante Ômicron. Como mostram os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgados no sábado (26), o país mantém uma média móvel de 22 mil casos diários.

Com base no relatório, esse índice, que analisa a média de casos dos últimos sete dias e permite o dimensionamento do cenário epidemiológico, é um dos maiores registrados desde agosto. Estados de todas as regiões brasileiras apresentaram altas de casos no início de novembro, frente ao mês anterior, conforme o levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O pesquisador José Eduardo Levi, da Universidade de São Paulo (USP), destacou que o novo coronavírus ganhou força entre o final de outubro e o início de novembro no país, por consequência da variante Ômicron. “Até hoje, todas as ondas de Covid-19 no país estiveram associadas a uma nova variante. Esse ano agora tem como peculiaridade que essas variantes são todas derivadas da Ômicron”, afirma.

“A Ômicron original causou o pico de casos em janeiro, depois tivemos a BA.2, que é uma segunda Ômicron, que foi o pico em abril e maio. Depois, tivemos uma outra onda com pico em junho, causada pela BA.5, derivada de Ômicron”, disse Levi à CNN.

Ainda segundo o pesquisador, que também atua nas áreas de pesquisa e desenvolvimento da Rede Dasa, a nova onda da doença está relacionada a subvariantes derivadas da BA.5, incluindo a BQ.1 e outras duas: BA.5.3.1 e BA.5.2.1.

“A BQ.1 está tendendo a predominar a partir de novembro, devemos chegar ao fim do mês com 100% de BQ.1, apontam os dados de genômica e de exames de diagnóstico molecular da Dasa”, diz.