Descobertas revelam história de "Homem de Vittrup", antigo imigrante na Dinamarca

Os restos mortais do Homem de Vittrup foram descobertos em 1915

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FOTO: Stephen Freiheit/Fischer et al., 2024, PLOS ONE

Há cerca de 5.200 anos, a vida de um homem chegou a um fim trágico em um pântano de turfa no noroeste da Dinamarca. Conhecido como "Homem de Vittrup", ele agora é o imigrante mais antigo identificado na história do país, graças a análises genéticas avançadas e estudos arqueológicos detalhados. 

Os pesquisadores, fascinados pelos corpos de pântano preservados, há muito tentavam decifrar a história por trás dessas "múmias acidentais". Agora, um novo estudo lançou luz sobre a vida do Homem de Vittrup, oferecendo insights sem precedentes sobre sua jornada e conexões entre diferentes culturas da Idade da Pedra.

Os restos mortais do Homem de Vittrup foram descobertos em 1915, durante a extração de turfa em Vittrup, Dinamarca. Encontraram-se fragmentos de seu esqueleto ao lado de um porrete de madeira, indicando uma morte violenta por volta de 3100 a.C. - 3300 a.C.

Um estudo recente, publicado na revista Nature, analisou os genomas de 317 esqueletos antigos, incluindo o Homem de Vittrup, revelando que ele era geneticamente distinto da população local da Idade da Pedra. Os pesquisadores então mergulharam mais fundo, utilizando técnicas analíticas avançadas para reconstruir sua vida.

A análise química do esmalte dentário, tártaro e colágeno ósseo revelou mudanças significativas em sua dieta ao longo dos anos, indicando uma transição de caçador-coletor para agricultor antes de sua morte aos 30-40 anos.

Descobriu-se que o Homem de Vittrup provavelmente nasceu e cresceu na costa da Península Escandinava, tendo uma dieta de peixe, focas e até baleias, típica das comunidades do norte. Sua migração para a Dinamarca sugere uma jornada de longa distância, possivelmente relacionada ao comércio ou como resultado de circunstâncias desconhecidas.

Apesar das evidências de uma vida notável e uma possível integração na sociedade local, sua morte brutal no pântano continua sendo um enigma. Os pesquisadores especulam que ele pode ter sido vítima de sacrifício ou morto em conflito, destacando a complexidade das práticas rituais e sociais da época.

O estudo do Homem de Vittrup oferece uma visão única da vida na Idade da Pedra e destaca a importância dos corpos de pântano como fontes valiosas de informação sobre o passado pré-histórico europeu.


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