O mercado ilegal no Brasil está associado a perdas astronômicas para a economia e graves impactos sociais, revela um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em 2024, o país contabilizou um prejuízo de R$ 453,5 bilhões, cifra superior ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina.

As principais causas desse ônus são a comercialização ilícita de mercadorias, a evasão fiscal e as perdas não técnicas, como furtos de energia e água. Do total, R$ 136 bilhões correspondem aos impostos não arrecadados, enquanto R$ 297 bilhões são prejuízos diretos em 16 setores econômicos afetados.

Essas cifras representam não apenas uma erosão financeira, mas também a perda de oportunidades de investimento e emprego. Em 2022, a ilegalidade resultou na não geração de 370 mil postos de trabalho formais, afetando especialmente setores como vestuário, farmacêutico e de combustíveis.

A motivação econômica é o motor por trás desse cenário, com cerca de 85% dos delitos associados a crimes economicamente motivados. Segundo a pesquisa, o impacto se estende além das fronteiras nacionais, colocando o Brasil em uma posição preocupante no Índice Global de Crime Organizado.