Após ter sido solto no último sábado (10), pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base no artigo do pacote anticrime, que prevê a necessidade de revisar a prisão preventiva a cada 90 dias, a maioria dos ministros da Corte votou ontem (14), pela manutenção da ordem de prisão do traficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap. O presidente do Supremo, Luiz Fux, chegou a revogar o habeas corpus, mas André já estava em liberdade e ainda não foi recapturado.

A votação pela manutenção da prisão do suspeito, que já teve o nome incluído na lista de procurados da Interpol, ainda vai contar com os últimos quatro ministros que votarão nesta quinta-feira (15). A decisão vai valer para o caso de André do Rap e também servirá de precendente no julgamento de processos semelhantes, já que diversos presos podem se beneficiar do mesmo artigo.

Durante a votação, o ministro Alexandre de Moraes chegou a dizer que o traficante é ligado à mafia da região da Calábria, na Itália, e ainda lembrou que quando André foi preso em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, ano passado, o foragido estava em uma mansão de luxo. 

"Após cinco anos de intensa investigação da Polícia Civil, ele foi preso, numa vida nababesca, numa casa de frente para o mar. Com ele, foram encontrados um helicóptero ao custo de R$ 8 milhões aproximadamente, duas grandes embarcações no valor de R$ 5 milhões cada uma, que usava para levar drogas e passear, e inúmeros outros bens. Ele continuava, nesses cinco anos, realizando fluxo no tráfico de entorpecentes. Não só Brasil-Paraguai, Brasil-Bolívia, Brasil-Colômbia, ele passou a atuar junto à máfia calabresa", disse Moraes.