Com a onda de protestos sobre a morte do afro-americano George Floyd por um policial branco e o retorno das pautas raciais em todo o mundo, um perfil na internet, intitulado "UFJF Antifraudes" tem exposto pessoas brancas suspeitas de fraudar o sistema de cotas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. 

No perfil, é divulgado o resultado de aprovação da pessoa na universidade, documentos que supostamente comprovam a aprovação da cota, nome e foto do (a) universitário (a). No ano de 2018, a universidade de Juiz de Fora foi alvo de denúncias sobre uma suposta fraude no sistema de cotas. Após o episódio, a universidade adotou a implantação da Comissão de Verificação das Autodeclarações Étnico-raciais.

A ideia da criação dos perfis tem se espalhado por outros estados, como o Rio de Janeiro e na Bahia, através do perfil 'Fraude de cotas- BA - Fraudadores de Cotas #antiracista'. Criado neste mês, além da divulgação dos perfis, as páginas também solicitam que os internautas enviem, em particular, uma foto do nome da pessoa na lista de chamada da faculdade, o nome e a foto do suposto fraudador.

O sistema de cotas é previsto na lei nº 12.711 e foi implementado em 2012 para que estudantes de escolas públicas e/ou estudantes autodeclarados pretos/pardos/indígenas possam ter acesso às instituições de ensino superior federais. No Brasil, o sistema foi criado com objetivo de diminuir desigualdades sociais e socioeconômicas relacionadas às pessoas de baixa renda, negras/pardas e indígenas.