Saúde
Levantamento da Associação Médica Brasileira aponta impasses nessa relação
FOTO: Agência Brasil
Uma pesquisa feita pela Associação Médica Brasileira (AMB) em conjunto com a Associação Paulista de Medicina (APM) revelou que 53% dos médicos do Brasil já tiveram interferências ou tentativas no tratamento de pacientes por parte dos planos de saúde. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (31), foram coletados a partir de um questionário com a participação de 3.043 médicos brasileiros entre 25 de fevereiro e 9 de março.
Destes, cerca de 70% atendiam planos de saúde. Os relatos mostram um cenário de dificuldades em tratamentos impostas pelas operadoras, além de consequências graves pelos preços elevados. De acordo com o levantamento, 51,8% dos profissionais já tiveram dificuldades para internar pacientes, e 53,1% já passaram por situações em que os planos de saúde fizeram pressão para antecipar a alta. Em relação à realização de exames, 80,6% contaram ter restrições para os procedimentos por parte das empresas.
Além disso, 92,4% dos médicos acreditam que os planos de saúde não investem em campanhas de prevenção da forma que deveriam, e 85,8% já sofreram com glosas, não recebimento por serviços devido a inconsistências, ou atrasos no pagamento.
“Esse cenário precisa ser trazido à tona. A relação entre os planos de saúde, os médicos e os pacientes precisa se tornar mais harmônica. Isso impacta no tipo de tratamento, na forma como ele é feito. A partir dos relatos, de forma direta ou indireta, é possível ver que essa interferência acaba impactando na qualidade da assistência, no êxito do tratamento”, disse o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Fernandes.
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