Psicóloga alerta pais sobre transtornos de personalidade borderline

Transtorno, mais comum em jovens, pode levar ao suicídio

[Psicóloga alerta pais sobre transtornos de personalidade borderline]

FOTO: Reprodução

O transtorno de personalidade borderline é caracterizado pela intensa instabilidade emocional. Mais comum em adolescentes, os pacientes apresentam impulsividade, irritação diante de respostas negativas, dificuldade no controle da raiva e idealização extrema. Em geral, os pacientes tentam fugir de uma intensa sensação de abandono, que pode chegar à automutilação e até ao suicídio. 

No Brasil ainda há poucos estudos para estimar a quantidade de pessoas que sofrem desse transtorno, mas nos Estados Unidos, dados oficiais apontam que de 1% a 6% da população vive com o transtorno de personalidade borderline.

A psicóloga, Gilmara Lima, especialista em Terapia Cognitivo e Comportamental, afirma que está crescendo o número de pacientes apresentando os sintomas da TPB. “Fiquei assustada com o número de pacientes com os sintomas do transtorno. Alguns chegam afirmando estarem com depressão, com algumas semanas de terapia, percebi que se tratava de algo mais grave. A TPB tem a ver com o contexto social que estes adolescentes estão inseridos”, informou.

Os pacientes apresentam sinais que podem ser observados pelos familiares. Alguns tendem ao isolamento, mudanças bruscas de humor, baixa autoestima. Nos casos mais graves, eles se cortam e tentam esconder os machucados, usando roupas compridas, por exemplo. 

Gilmara Lima explica que eventos aparentemente comuns podem desencadear sintomas. “Por exemplo, as pessoas com transtorno de borderline podem sentir-se irritadas e angustiadas por pequenas separações – como férias, viagens de negócios ou mudanças bruscas de planos – de pessoas a quem se sentem próximas”, disse.

Além disso, a psicóloga garante que o transtorno de personalidade borderline é muitas vezes subdiagnosticada ou mal diagnosticada. “Um psiquiatra ou psicólogo pode diagnosticar o transtorno com base em uma entrevista completa e um exame médico abrangente. A análise clínica pode ajudar a descartar outras possíveis doenças e transtornos. Somente um psicólogo ou psiquiatra devidamente habilitado deve orientar as opções corretas de tratamento”, frisou.

Para os pais, a psicóloga Gilmara Lima faz um alerta: “pais, olhem seus filhos, abrace-os, acolha-os, se interessem por eles. Muitos estão pedindo socorro e não são ouvidos. Evitem o pior. Se perceber qualquer diferença no comportamento do seu filho, procure ajuda psicológica”, concluiu.

Caso da babá Raiana

O transtorno de personalidade veio à tona, no início desta semana, quando o advogado Marcelo Cunha, de Melina Esteves, empregadora flagrada durante a agressões a babá Raiana Ribeiro, afirmou em entrevista a uma TV, que ela tem transtorno psicológico diagnosticado como Borderline e não estava em tratamento.

A babá Raiana Ribeiro, de 25 anos, pulou do terceiro andar de um prédio, no bairro do Imbuí, em Salvador, para fugir de agressões e de cárcere privado. Melina Esteves França é investigada por violência doméstica contra outras 11 ex-funcionárias.


Comentários

Relacionadas

Veja Também

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!