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Trapalhada sem graça

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Trapalhada sem graça

Por Editorial
Trapalhada sem graça
Foto: Reprodução

No fim da piada, o que importa são as cifras e o ego massageado. Ao menos é a mensagem quase subliminar no roteiro da série documental ‘Trapalhadas sem fim’, de cinco episódios e ainda sem previsão de estreia, em que Rafael Spaca constrói uma narrativa nada engraçada sobre o famoso grupo humorístico Os Trapalhões.

As revelações amargas em uma matéria de um grande periódico do Sudeste, vinculada na edição de quinta-feira (25), tem teor iconoclasta: humaniza os personagens que ficaram famosos na comédia nacional e, ao expô-los despidos dos sorrisos e trejeitos cenográficos, escancaram homens com ganâncias, atitudes predatórias e frustrações.
Os Trapalhões, enfim, terminaram em meados da década de 1990 com apenas dois atores – Didi e Dedé – que se distanciavam cada vez mais, além da ausência para sempre do restante da trupe, Zacarias e Mussum.

A concorrência desleal de Renato Aragão, o Didi, parece mesmo ter sido o estopim, um motivo e tanto para tirar a graça de qualquer piada. O documentarista entrevistou mais de 60 pessoas, coletou cerca de 70 horas de material bruto e o abismo criado por Didi perante o restante do quarteto ou de qualquer outro personagem é a linearidade dos desabafos e confissões dos entrevistados por Spaca.

Apesar de ser uma marca que atravessou décadas, ficou conhecida por diversas gerações e até hoje tem certo prestígio, Os Trapalhões nada mais foi, desde meados da década de 1980 quando veio à tona as regalias e mandos de Didi, segundo o documentarista, que uma empresa que vendia humor por meio de atores tristes.

É, para muitos, uma brusca ruptura com o imaginário da infância, por certo, mas uma realidade carniceira que precisa ser exposta e servir de exemplo de como a concorrência desleal entre pessoas próximas torna tudo oco, opaco e sem brilho. Não à toa Os Trapalhões, após 1994, viveram de reprises, tentativas frustradas de reaproximações de Didi e Dedé e uma enxurrada de piadas vencidas e sem graça.

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